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CPI aprova quebra de sigilo de ex-diretor da Delta e de filiais da empreiteira no Centro-Oeste

Segundo Odair Cunha, a comissão não descarta estender as investigações até a matriz da empreiteira, ao empresário Fernando Cavendish e a governadores de estado que aparecem nos grampos da PF

Por Laryssa Borges e Gabriel Castro
17 Maio 2012, 14h20

A CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste, Cláudio Abreu, das filiais da empreiteira em Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e no Distrito Federal e de empresas apontadas como “laranja” no esquema coordenado pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. O relator do colegiado, deputado Odair Cunha (PT-MG), defendeu, porém, que até o momento não existem indícios para que os parlamentares aprovem também o acesso aos dados confidenciais da construtora em nível nacional ou de seu ex-presidente, o empresário Fernando Cavendish.

Segundo o parlamentar, a CPI não descarta colocar em votação num outro momento as quebras de sigilo da matriz da empreiteira, do próprio Cavendish e de governadores de estado que aparecem em grampos da Polícia Federal recolhidos nas operações Vegas e Monte Carlo. As duas investigações, coordenadas pela PF, desbarataram um esquema de contravenção coordenado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira e que levou a indícios de envolvimento do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e de parlamentares de pelo menos seis siglas (PT, PSDB, PP, PTB, PPS e PCdoB).

“Há indícios suficientes de que todas as filiais comandadas por Cláudio Abreu tiveram o senador Demóstenes Torres e o próprio Carlinhos Cachoeira como sócios ocultos em suas operações”, disse o relator. “Há evidências de que a Delta, que estava sob o comando de Claudio Abreu, serviu à organização criminosa. Mas não há ainda indícios suficientes para a quebra de sigilo além das suas filiais no Centro-Oeste. Não há indícios que me levem a propor a quebra de sigilo ampla, geral e irrestrita de todas as filiais da empresa Delta e do empresário Fernando Cavendish.”

Na mesma sessão da CPI, os parlamentares aprovaram 77 requerimentos com 36 quebras de sigilo e a convocação de 51 personagens envolvidos em denúncias de ligação com a máfia do contraventor Carlinhos Cachoeira, que controlava os caça-níqueis em Goiás. Entre os nomes convocados estão o irmão de Demóstenes, Benedito Torres, ex-procurador-geral de Justiça de Goiás, o sobrinho do bicheiro, Leonardo de Almeida Ramos, o ex-chefe de gabinete do governo do Distrito Federal Cláudio Monteiro, a ex-mulher de Cachoeira, Andréa Aprígio, e os delegados da Polícia Federal Deuselino Tavares e Fernando Byron, que foram cooptados pelo grupo.

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Antes, a Comissão Parlamentar de Inquérito havia aprovado, em bloco, requerimentos que, entre outras informações, pedem à Justiça a íntegra de conversas telefônicas interceptadas nas operações. Os parlamentares também requisitaram que a Justiça bloqueie os bens de Cachoeira e que seja disponibilizada a relação das viagens internacionais feitas pelo contraventor e pelo senador Demóstenes Torres. Os parlamentares pediram ainda informações sobre transações financeiras de integrantes da quadrilha. Os congressistas querem o compartilhamento de futuros relatórios da PF, a relação de diligências feitas pelos policiais e a proposta para que o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica, vinculado ao Ministério da Justiça, negocie acordos de cooperação para identificar as contas e bens de Cachoeira e do senador Demóstenes Torres no exterior.

Sigilo – No início do encontro desta quinta-feira, a CPI do Cachoeira aprovou a proposta de recorrer ao ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), e à Justiça Federal para que seja suspenso o sigilo das informações recolhidas nas operações Vegas e Monte Carlo. Conforme os requerimentos aprovados, a CPI irá encaminhar a Lewandowski um pedido para a revogação do sigilo imposto ao inquérito da Operação Vegas e, ao juiz federal da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiânia, a suspensão da confidencialidade da ação penal que envolve a Operação Monte Carlo.

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