Acusado comandar execução de juíza começa a ser julgado
Coronel que comandava Batalhão de São Gonçalo responderá por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada
O tenente-coronel da Polícia Militar Cláudio Luiz Silva de Oliveira, acusado de ser o mentor do assassinato da juíza Patrícia Acioli, em 2011, será julgado nesta quinta-feira pelo Tribunal do Júri de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
O oficial era comandante do Batalhão da PM, em São Gonçalo, município vizinho de Niterói onde a juíza Patrícia trabalhava, responderá por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, mediante emboscada e com o objetivo de assegurar a impunidade de uma série de crimes) e por formação de quadrilha armada.
Além do coronel, dez policiais militares do Batalhão de São Gonçalo foram denunciados pelo Ministério Público (MP) pelo homicídio. Segundo o MP, os policiais queriam se vingar da juíza porque ela costumava condenar policiais por desvios de conduta.
Patrícia Acioli era titular da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo quando foi morta, em 11 de agosto de 2011, com 21 tiros, em frente ao condomínio onde morava, em Niterói. A magistrada atuava em diversos processos em que os réus, policiais militares, estavam envolvidos em supostos autos de resistência, como são registrados os casos em que há troca de tiros e policiais matam oponentes.
Dos onze policiais militares réus no caso de assassinato da juíza, seis já foram condenados por participar do crime. Até agora, nenhum foi expulso da corporação, embora a sentença já tenha transitado em julgado. Mais quatro réus serão julgados a partir do dia 3 de abril.
(Com Estadão Conteúdo)