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Com PM em greve, medo faz comércio fechar em Fortaleza

Governador Cid Gomes decretou estado de emergência na sexta-feira e convocou Exército e Força Nacional para ajudar no policiamento do estado

Por Da Redação
3 jan 2012, 14h42

A greve da Polícia Militar e dos Bombeiros do Ceará está provocando pânico entre os moradores de Fortaleza e do interior. Notícias sobre arrastões que acontecem desde a segunda-feira pelo estado fizeram o comércio fechar e os cearenses ficarem em casa. Nesta terça-feira, foi confirmada uma tentativa de assalto no bairro Aldeota, em Fortaleza, informou o Diário do Nordeste. Um homem foi abordado por três assaltantes, mas a vítima reagiu a tiros e os ladrões fugiram. Ninguém se feriu. No bairro Serrinha, uma agência lotérica foi assaltada por três homens armados. Escolas dos bairros Vila Velha e Montese fecharam as portas. No início da tarde, a Delegacia de Narcóticos (Denarc) prendeu dois homens e uma mulher envolvidos em assaltos praticados no Jardim Iracema. A informação foi confirmada pelo delegado titular da Denarc, Pedro Viana, ao Diário do Nordeste. O trio portava uma metralhadora 9 mm, dois revólveres, uma pistola .40 e um revólver calibre 38, munição, cinquenta papelotes de cocaína, balança e três pneus de carro. Pelo boca a boca e pelas redes sociais circulam notícias nem sempre verdadeiras sobre ataques a shoppings, supermercados e lojas. Na manhã desta terça-feira, por exemplo, boatos de um arrastão no Mercado Central de Fortaleza causaram confusão e o fechamento de lojas. “Não houve nada. O pessoal ficou com medo e começou a fechar as lojas, foi apenas tumulto”, disse ao Diário do Nordeste o presidente da Associação dos Empresários do Centro de Fortaleza, João Maia Santos Júnior. O clima de pânico tem feito prosperarem boatos, a exemplo do que aconteceu em São Paulo em maio de 2006, quando o Primeiro Comando da Capital (PCC) atacou dezenas de delegacias e bases policiais. Na época, na capital paulista, o medo chegou a tal ponto que a maioria dos trabalhadores foi dispensada mais cedo do serviço e trancou-se em casa com medo. A Avenida Paulista, principal via da cidade, ficou deserta à noite. Farmácia e ônibus assaltados – Em Fortaleza, na segunda-feira, foram registrados ao menos três arrastões na capital, informou o jornal O Povo. “Eram uns vinte ou trinta homens com armas em punho”, contou ao jornal o funcionário de uma farmácia que presenciou um dos arrastões. O estabelecimento encerra o expediente às 22h30, mas na segunda, ao anoitecer, às 19 horas, já estava fechado. Ainda em Fortaleza, um ônibus foi parado por cerca de quinze bandidos e todos os passageiros foram roubados. “Eles estavam ameaçando apedrejar o coletivo e o motorista teve que abrir a porta”, disse ao O Povo um dos passageiros. Os bandidos aproveitaram a falta de policiamento também para assaltar carros que estavam parados no semáforo, na Via Expressa. Situação de emergência – Os policiais militares e bombeiros do Ceará estão em greve desde quinta-feira da semana passada. Eles reivindicam aumento salarial de 80% até 2015, reajuste do auxílio-alimentação e assistência médica. A paralisação fez o governador do estado, Cid Gomes, decretar estado de emergência na sexta-feira. O decreto foi publicado no Diário Oficial no sábado. Cid Gomes convocou o Exército e a Força Nacional de Segurança Pública para reforçar o policiamento no estado. O governo estadual emprestou ainda 159 veículos recém-adquiridos pela Secretaria de Saúde para uso da segurança. Aproximadamente 2,5 mil militares já patrulham as ruas de Fortaleza e região metropolitana. Segundo o Comando da 10ª Região Militar, órgão do Exército responsável por coordenar a Operação Ceará, 710 homens do Exército, 169 da Força Nacional e 1.620 integrantes de órgãos federais de segurança pública farão o patrulhamento ostensivo. Eles ficarão no estado pelo tempo que for necessário, informou a Agência Brasil. Greve ilegal – O Tribunal de Justiça do Estado o Ceará (TJCE) determinou, na segunda-feira, que os policiais e bombeiros voltem imediatamente às atividades. Caso a determinação seja descumprida, cada trabalhador pagará multa diária de 500 reais e cada sindicato envolvido na greve, multa diária de 15 000 reais. A decisão judicial, assinada pela desembargadora Sérgia Miranda, considera o movimento ilegal. “Não se pode perder de vista a supremacia do interesse público e a necessidade de se dar continuidade ao serviço essencial”, argumentou a desembargadora. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado informou que está tomando providências para que a liminar seja cumprida.


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