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Casos de estupro crescem 9,4% no Rio de Janeiro

Secretaria de Políticas para Mulheres, do governo federal, trabalha na unificação dos dados dos sistemas de segurança e de saúde pública sobre crimes sexuais

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 abr 2013, 20h17

Os casos de estupro e atentado violento ao pudor no Rio de Janeiro aumentaram 9,4% de dezembro a fevereiro de 2013 no comparativo com o mesmo período de 2012. Em números absolutos, houve 1.494 registros, ante 1.366 no ano passado. As informações constam nas estatísticas de criminalidade divulgadas mensalmente pelo Instituto de Segurança Pública do estado do Rio (ISP). Os dados foram divulgados em meio à repercussão sobre o caso da americana violentada por três criminosos dentro de uma van, no último dia 30. O grupo foi denunciado na segunda-feira pelo Ministério Público.

Cruzados os dados do mês de fevereiro deste ano com o do mesmo período de 2012, houve 22 casos a mais de estupro e atentado violento ao pudor. A quantidade de vítimas passou de 475 para 497 – um crescimento de 4,6%.

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Um dos problemas do estupro é a subnotificação. Especialistas ouvidos pelo site de VEJA estimam que, no Brasil e no mundo, só 10% das vítimas comuniquem esse tipo de crime à polícia. “Há uma cultura machista e patriarcal no mundo de que o lugar da mulher é na cozinha, dentro de casa. Ao saber que a mulher foi estuprada, as pessoas se questionam com que roupa a vítima estava e o que fazia de madrugada na rua. Isso intimida a mulher”, afirma a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, da Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM).

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No Brasil, a falta de informações precisas também dificulta o combate ao crime e a prisão dos estupradores. Os dados das delegacias de polícia não são comparados ou ligados aos dos sistemas de saúde, local de atendimento às mulheres e onde é possível detectar um crime sexual, mesmo sem que a vítima tenha procurado a polícia. Um projeto da secretaria tentará unificar a base para, em três anos, melhorar o quadro de informações sobre esse tipo de delito. Em março, foi lançado o programa Mulher: Viver sem violência, do Governo Federal, que, entre diversas ações de combate à violência contra a mulher, prevê a integração do atendimento do sistema de saúde com o do Instituto Médico Legal (IML). A mulher que sofreu um estupro, quando estiver no hospital, será atendida pelo mesmo médico que fará a coleta de provas para a perícia.

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A secretaria também quer unificar os dados de cada estado, que repassarão as informações para a União. É um processo que demandará tempo porque muitas unidades da federação sequer têm o sistema informatizado. “Às vezes, quando peço informação sobre algum dado de violência contra mulher em algum estado, o sistema é manual. A Secretaria Nacional de Segurança Pública está investindo para que todo o país conheça essas informações”, explica Aparecida.

A secretaria também pretende reforçar a estrutura de atendimento do serviço telefônico 180. A ideia é que ele se transforme em uma espécie de disque-denúncia. Hoje, o número funciona como uma Central de Atendimento à Mulher, mas, no futuro, servirá de base para um banco de dados da secretaria. As mudanças propostas pela SPM incluem conectar o 180 às polícias estaduais e à Casa da Mulher – local onde serão integrados os serviços de promotoria, defensoria, juizado e delegacias especializadas no atendimento à mulher, além do serviço de transporte para levar a vítima ao hospital. A primeira dessas instituições ficará pronta em 90 dias.

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