Caso Amarildo: mais cinco PMs podem ser denunciados
Novo depoimento relata a tortura sofrida pelo pedreiro na favela da Rocinha
Um novo depoimento ouvido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro pode levar à denúncia de mais cinco policiais militares pela morte do pedreiro Amarildo dos Santos, desaparecido no dia 14 de julho na Rocinha. Dez PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da favela já foram indiciados e estão presos, acusados de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.
A testemunha que falou aos promotores por mais de seis horas é outro PM da UPP, que não teve a identidade revelada e estava de serviço na época do sumiço do pedreiro. Segundo informações do Jornal Nacional, ele e outros colegas receberam ordens do tenente Luiz Felipe de Medeiros (que está entre os presos) para entrar nos contêineres da unidade e saírem apenas quando autorizados. Eles permaneceram trancados por duas horas.
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Nesse período, ainda de acordo com a reportagem da TV Globo, o grupo ouviu barulhos de socos, pontapés e gritos vindos de trás dos contêineres, além de ruídos semelhantes a choques elétricos e sufocamento. A sessão de tortura durou cerca de 40 minutos, conforme a testemunha. Depois, o PM diz ter percebido uma movimentação em uma mata próxima à unidade.
Essa declaração levou a novas buscas pelo corpo de Amarildo na favela nesta segunda – que terminou sem sucesso. O depoimento incrimina outros cinco policiais militares que teriam permanecido do lado de fora da UPP enquanto a tortura acontecia. Eles também podem ser denunciados por participação no crime, segundo o MP. A testemunha está mantido sob proteção com a família.
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