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Carandiru: júri é dissolvido após saída de advogado

Celso Vendramini deixou o plenário reclamando do juiz; terceira etapa do julgamento dos PMs não tem data para ser retomada

Por Da Redação
18 fev 2014, 18h30

A terceira etapa do julgamento do massacre do Carandiru foi suspensa nesta terça-feira após o advogado de defesa dos réus, Celso Vendramini, abandonar o plenário no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. Segundo a Agência Brasil, Vendramini reclamou que o juiz Tellini de Aguirre Camargo estaria beneficiando a promotoria. Ele deixou a sessão enquanto o júri ouvia o depoimento do primeiro réu. Com isso, o conselho de sentença foi dissolvido e o tribunal definirá uma nova data para o reinício do julgamento.

“Estou percebendo que, para o Ministério Público, tudo, e para a defesa, nada”, afirmou o advogado, ao deixar a sessão. Vendramini havia se irritado com o MP porque um dos promotores estava lendo um depoimento prestado pelo réu em outra ocasião. Ele pediu que o juiz interviesse e, como não foi correspondido, abandonou o plenário. “O que o Ministério Público estava fazendo era ler um depoimento longo do réu, e no final ele perguntava o que bem entendia. O correto, em um tribunal de júri, é fazer perguntas”, questionou.

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O promotor Eduardo Olavo Canto Neto classificou a atitude do advogado como um “desrespeito à lei e à sociedade”.

Esta é a segunda vez em que Vendramini abandona um plenário. Em 2011, quando defendia quatro PMs acusados de homicídio, o advogado deixou uma sessão em protesto a pessoas que usavam camisetas com fotos das vítimas. “Lamentamos profundamente. Isso foi uma surpresa para nós, um absurdo”, afirmou. A promotoria cobrou punição para impedir a reincidência do ato.

No encerramento da sessão, nesta segunda-feira, Vendramini já dava sinais de que havia se desentendido com o juiz por causa de uma discussão entre a defesa e a Promotoria. Na ocasião, o advogado afirmou que foi chamado de “mal educado” pelo magistrado.

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Nesta terceira etapa, são julgados quinze policiais acusados da morte de oito detentos no terceiro andar do pavilhão nove do antigo presídio. Em outubro de 1992, o prédio foi palco de uma rebelião que terminou com a morte de 111 presos.

Testemunhas – Nessa terça-feira, o julgamento foi retomado com o depoimento de duas testemunhas de defesa. O agente penitenciário Francisco Carlos Leme afirmou que viu cerca de 75 corpos amontoados no pátio antes de a Polícia Militar entrar no pavilhão nove, foco da rebelião. Leme foi o responsável pela contagem dos 111 mortos e estava de plantão no dia do motim.

Outra testemunha ouvida foi o ex-secretário de Segurança Pública Pedro Franco Campos, que autorizou a incursão da PM no local. Como já havia dito anteriormente em outros julgamentos, ele reafirmou que a entrada da polícia no Carandiru foi necessária.

No ano passado, 48 policiais foram condenados nas duas primeiras etapas do julgamento. Por causa do alto número de mortes e réus, o caso foi desmembrado em quatro partes de acordo com os andares onde ocorreram as mortes.

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