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Black blocs planejavam ações com bombas na final da Copa, diz relatório da polícia

Documento obtido pelo jornal 'O Globo' baseou denúncia que resultou na decretação da prisão preventiva de 23 investigados

Por Da Redação
21 jul 2014, 10h57

Relatório final do inquérito da Polícia Civil do Rio de Janeiro que baseou denúncia contra 23 ativistas e black blocs aponta que os baderneiros planejavam ações com bombas para o dia 13 de julho, data da final da Copa do Mundo no Maracanã. Trechos do documento foram divulgados na edição desta segunda-feira do jornal O Globo.

O inquérito se baseia em informações obtidas a partir do monitoramento de e-mails e telefonemas trocados pelos integrantes do grupo – e revela como os black blocs se organizavam de modo a fabricar e distribuir bombas e outros artefatos com o objetivo de ferir policiais. De acordo com o documento publicado pelo Globo, baderneiros escondiam bombas nos locais onde haveria protestos.

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Os baderneiros – segundo as investigações, chefiados por Elisa Quadros, a Sininho – organizavam-se em comissões: um grupo era responsável por planejar os protestos e confeccionar e distribuir bombas, coquetéis molotov, e os chamados “ouriços”, peças feitas com pedaços de vergalhões usadas para furar pneus de viaturas. Outro grupo integrava a chamada linha de frente, composta na maioria por jovens de baixa escolaridade que integravam os atos de vandalismo.

Segundo o jornal, em 2.000 páginas de relatório a Polícia Civil informa que a ação dos black blocs planejada para a final da Copa incluía uso de bombas de fragmentação – caracterizadas por provocar mutilações -, coquetéis molotov e “ouriços”. O ato marcaria o chamado “Junho Negro” dos baderneiros. Um integrante do grupo interceptado afirma que estaria disposto a matar um PM durante a ação.

O inquérito baseou a denúncia apresentada ao juiz Flávio Itabaiana e resultou na determinação da prisão preventiva dos 23 investigados. Conforme reportagem do site de VEJA, o promotor Luís Otávio Figueira Lopes descreveu que Sininho incitou manifestantes a incendiar o prédio da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, durante a ocupação do local por baderneiros no ano passado – o ato foi impedido por outros participantes do protesto.

Do grupo formalmente acusado neste processo, apenas cinco estavam presos na noite de sexta-feira: três desde o último sábado (Elisa Quadros, Camila Jourdan e Igor D’Icarahy) e dois desde fevereiro (Fábio Raposo e Caio Silva). Outros 18 são considerados foragidos. Eles são acusados de participar da organização e realização de crimes durante protestos nos últimos meses e de planejar atos violentos para a final da Copa do Mundo no Brasil.

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Em um dos telefonemas, Camila Jourdan se revolta com a apreensão, pela polícia, de 178 ouriços e 20 bombas escondidos numa bolsa numa área de vegetação da Praça Saens Peña, na Tijuca. “Foram três dias de trabalho jogados fora. Perdemos tudo, é isso?”, pergunta Camila ao interlocutor. Irritada, refere-se a e Rafael Caruso como irresponsável, segundo escutas divulgadas pelo jornal.

Explosivos – Outro caso mencionado pela promotoria é o da professora Camila, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Ela e o namorado Igor D’Icarahy tinham mandado de prisão temporária por associação criminosa armada. Foram presos em flagrante no último sábado, pela posse de artefato explosivo, porque a polícia encontrou uma bomba caseira, com potencial letal, no apartamento onde estavam, conforme revelou reportagem do site de VEJA.

Ainda de acordo com a denúncia, escutas telefônicas, feitas com autorização judicial, permitiram acompanhar a participação de Camila na elaboração de artefatos explosivos e na entrega desse material para black blocs. Já Igor D’Icarahy é acusado de participar de atos violentos e da organização das atividades do grupo, especialmente no transporte de material a ser utilizado em manifestações e no repasse de informações sobre a movimentação de policiais.

Mesmo com a conclusão do inquérito e o início de um processo penal na 27ª Vara Criminal da Capital do Rio contra 23 envolvidos, o promotor destaca que as investigações devem permanecer, inclusive em relação às cinco pessoas que não foram denunciadas, e que outras pessoas podem ser posteriormente acusadas como participantes dos grupos denunciados.

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