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Auxiliar de Youssef confirma propina para Pedro Corrêa e diz que políticos eram ‘bandidos’

Carregador de malas do doleiro Alberto Youssef depõe pela primeira vez ao juiz Sergio Moro desde que fechou acordo de delação premiada.

Por Laryssa Borges Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 ago 2015, 19h55

Apontado pelo Ministério Público como o carregador de malas do doleiro Alberto Youssef, o delator da Lava Jato Rafael Ângulo Lopes confirmou nesta segunda-feira ao juiz Sergio Moro que pagou propina ao ex-presidente do Partido Progressista e deputado cassado Pedro Corrêa. Lopes disse que a propina ao ex-parlamentar chegava a até 200.000 reais por mês. A acusação estima que Corrêa e auxiliares embolsaram cerca de 40 milhões de reais em dinheiro sujo entre 2004 e 2014. Na planilha de propinas do delator, os repasses de dinheiro sujo a políticos eram anotados com a abreviatura “band”, em referência a “bandidos”.

Em depoimento ao juiz Moro, Rafael Ângulo Lopes também disse ter feito repasses de propina para a ex-deputada federal Aline Corrêa e para o filho de Pedro Corrêa, Fábio. Nas anotações, havia menções a “band Aline”, quando o dinheiro sujo foi transferido à Aline Corrêa, e a “band PC”, no caso de o beneficiário ser Pedro Corrêa. Para dificultar que se rastreassem os repasses, depósitos bancários eram fracionados em valores abaixo de 10.000 reais e, em casos específicos, maços de dinheiro vivo eram escondidos nas meias do delator. Essa é a primeira vez que o auxiliar de Youssef depõe ao juiz Sergio Moro depois que fechou um acordo de delação premiada.

“Eu levava no corpo, principalmente nas pernas, em meiões, quando fazia entregas em São Paulo ou mesmo fora do estado de São Paulo”, relatou ele. Rafael Ângulo deu detalhes da frequência com que levava propina ao deputado cassado Pedro Corrêa, condenado por lavagem de dinheiro e corrupção no julgamento do mensalão e novamente preso na Operação Lava Jato. “Pessoalmente [entregou dinheiro] bastantes vezes, com frequência, no escritório do senhor Alberto, na residência do senhor Pedro Corrêa, no apartamento funcional do senhor Pedro Corrêa”, disse.

“Ele [Pedro Corrêa] ia até o escritório do senhor Alberto Youssef retirar dinheiro. Ia bastantes vezes, às vezes até almoçava lá, ficava aguardando e fazendo a listagem para depósitos de terceiros. Quando o senhor Alberto não estava, eu atendia e ele ficava na sala de reunião aguardando o senhor Alberto”, explicou. E mais: quando o ex-deputado não estava em casa para receber em mãos o dinheiro sujo, a orientação, disse o auxiliar de Youssef, era deixar a propina na gaveta da escrivaninha do político. “Às vezes Pedro Corrêa reclamava que o dinheiro era pouco e que faltava”, disse.

Na planilha de propina, além das abreviaturas de “políticos bandidos”, havia uma coluna com referência a ‘pes’, abreviatura de pessoa, indicando o destinatário final ou o preposto para receber propina. O auxiliar do doleiro Alberto Youssef disse que, além do ex-deputado e dos filhos, repassou propina ao caseiro Jonas Aurélio, que trabalhava com Pedro Corrêa, para “Ivan”, personagem que o Ministério Público afirma ser o ex-assessor Ivan Vernon, e para Lauro Da La Costa, marido da Aline Corrêa.

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