Ativistas apresentam 1,3 milhão de assinaturas por cassação de Cunha – e são xingados
Ato foi marcado por bate-boca e protestos por parte do deputado Laerte Bessa (PR-DF)
Representantes do site Avaaz, plataforma de petições online, entregaram nesta terça-feira ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados o pedido com 1,3 milhão de assinaturas pela cassação do mandato do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O breve ato foi marcado por bate-boca – o que já virou praxe no órgão que deveria zelar pela imagem da Casa – e de protestos por parte do deputado Laerte Bessa (PR-DF). Ele chegou a xingar os ativistas.
O grupo entregou ao Conselho de Ética documento em que pede que o colegiado “exerça seu papel” e garanta que ninguém se ponha acima da lei. O conselho investiga as contas secretas no exterior mantidas por Eduardo Cunha. Conforme a força-tarefa da Lava Jato, essas contas eram abastecidas com dinheiro desviado dos cofres da Petrobras.
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Enquanto o coordenador da campanha Diego Casaes posava para fotos com o comando do conselho, o deputado Laerte Bessa protestou: “Isso é falta de respeito. Não é hora disso não. Deixa o Supremo decidir”, afirmou, interrompendo as imagens. Bessa trocou farpas com Júlio Delgado (PSB-MG), adversário político de Eduardo Cunha, e ainda atacou parlamentares do PT: “Vocês estão defendendo a Dilma e toda essa roubalheira”.
Bessa ainda dirigiu-se a manifestantes que gritavam “Fora, Cunha” chamando-os de “moleques” e dizendo para “calarem a boca”. De acordo com o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), ele ainda chamou o representante da Avaaz e seus seguidores de “vagabundos”. Casaes reforçou ainda que foi chamado de “babaca”. Em meio ao tumulto, o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), pediu o reforço da segurança.
O Conselho de Ética ouve na tarde desta terça-feira o lobista Fernando Baiano, que acusa Cunha de ser beneficiário de 5 milhões de dólares do esquema do petrolão.