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Assessor do MT é preso por receber propina de R$ 30 mil

Flagrante aconteceu dentro da Operação Pronto Emprego da Polícia Federal, que desarticulou esquema que teria desviado mais R$ 45 milhões

Por Felipe Frazão 3 set 2013, 16h32

A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante nesta terça-feira um assessor do segundo escalão do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O funcionário público recebeu 30.000 reais, em dinheiro, como propina. O flagrante foi feito em um hotel no centro de São Paulo.

Apesar de trabalhar na Secretaria de Políticas Públicas de Emprego, o servidor Gleide Santos Costa era “bem próximo ao poder”, segundo o delegado da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros (Delefin), Alberto Ferreira Neto, e tinha cerca de 20 anos de carreira. Costa é o oitavo preso na Operação Pronto Emprego, deflagrada nesta terça-feira pela PF em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

A PF também cumpriu 38 mandados de busca e apreensão, dois em gabinetes do ministério, coordenadas por Neto e pelo chefe da Delefin, delegado Rodrigo Sanfurgo.

Equipes da PF monitoravam o servidor desde segunda-feira, quando ele viajou de Brasília para São Paulo, onde desembarcou no Aeroporto de Congonhas. Costa foi detido com os 30.000 reais – distribuídos nos bolsos de um paletó e na carteira – após uma reunião com diretores do Centro de Atendimento ao Trabalhador (Ceat), ONG que recebe verba do ministério para manter centros de qualificação profissional.

O assessor foi responsável por assinar aditamentos do convênio entre o MTE e o Ceat. Segundos os delegados, a ONG é a que mais recebe recursos do ministério em São Paulo e teria aditamentos irregulares, acima do teto de 25% do valor inicial do contrato.

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“É uma relação [entre o servidor e a ONG] que beira a promiscuidade”, disse Neto. “Ele recebeu esse dinheiro do diretor da organização.”

A Ceat, de fato, mantinha centros de apoio a trabalhadores, mas subcontratava empresas prestadoras de serviço “escolhidas a dedo”. Eram cerca de dez empresas dos próprios diretores da ONG. Uma delas chegou a receber 18 milhões de reais.

Dessa forma, o dinheiro do MTE recebido pela ONG voltava para o bolso dos diretores da entidade e não era gasto por completo. Ao todo, a ONG recebeu, desde 2009, cerca de 47,5 milhões de reais do MTE. A PF ainda não sabe a quantia total desviada. ​

Crimes – Para os delegados, ficou comprovado desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Os presos temporariamente responderão por formação de quadrilha, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro e podem pegar até 37 anos de cadeia, estima a PF.

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Entre eles está a presidente da ONG Ceat, Jorgette Maria de Oliveira. A PF fez buscas na casa dela, em São Paulo, onde encontrou carros de luxo como Audi e Land Rover.

O dinheiro “lavado” estava sendo usado pela diretoria da Ceat em atividades de comércio exterior, de acordo com a investigação. “Eles estavam importando mercadorias da China para revender em lojas na região da 25 de Março. Era questão de dias para começarem a vender”, explicou o delegado.

Segundo Neto, a investigação não é um desdobramento das irregularidades que derrubaram o ex-ministro Carlos Lupi (PDT), demitido da pasta em dezembro de 2011. A PF ainda não encontrou vínculos com partidos, embora a Jorgette tenha sido filiada ao PDT, que controla a pasta.

A investigação teve apoio do Tribunal de Contas da União (TCU), que teria constatado irregularidades na prestação de contas da Ceat.

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(Atualizada às 22 horas)

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