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Assessor da SPTrans ligado a vereador do PT é réu por receptação

Herivaldo Ribeiro Santos é ex-assessor do vereador Senival Moura, cujo irmão, Luiz Moura, foi flagrado em reunião da qual também participavam membros do PCC. Agora, ele é funcionário de Jilmar Tatto

Por Felipe Frazão 6 jun 2014, 12h31

A ala do PT que controla politicamente o extremo leste de capital paulista instalou na São Paulo Transporte (SPTrans) um réu acusado de receptação e venda de produtos roubados. A SPTrans é a empresa municipal responsável por gerenciar e fiscalizar o funcionamento das linhas de ônibus na cidade de São Paulo. A empresa pública é vinculada à Secretaria Municipal dos Transportes, comandada por Jilmar Tatto, homem forte da gestão Fernando Haddad (PT).

Herivaldo Ribeiro Santos foi nomeado para o cargo de assessor da diretoria de Marketing da SPTrans em outubro de 2013. Seu salário é de cerca de 5.200 reais. Desde 2011, ele é réu em processo que corre na 17ª Vara Criminal da Barra Funda. Antes de assumir o cargo na administração municipal, Santos foi assistente parlamentar do vereador Senival Moura (PT) em duas oportunidades: de 2008 a 2010, e de 2011 a 2012. Sua primeira passagem pelo gabinete do petista teve início dois meses depois de o crime pelo qual é acusado ter acontecido.

Além do cargo comissionado, Santos possui uma microempresa de venda de peças de informática e manutenção de computadores. Foi ele quem desenvolveu e registrou o site pessoal de Senival Moura. Em 15 de outubro do ano passado, sua nomeação como funcionário comissionado para trabalhar no site da SPTrans foi aprovada, conforme publicação no Diário Oficial da Cidade.

As ligações com o mundo do crime não são uma novidade no entorno do vereador Senival Moura. Na última segunda-feira, o irmão de Senival, o deputado Luiz Moura, foi afastado do PT por sessenta dias e teve a candidatura negada pela Comissão Executiva do partido. Motivo: ex-assaltante e ex-presidiário, Luiz Moura foi flagrado em uma reunião dentro de uma cooperativa de perueiros na Zona Leste, da qual também participavam dezoito membros da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Luiz Moura nega ter relações com o crime organizado.

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Ex-líder de perueiros ao lado do irmão antes de ser vereador, Senival também foi acusado pelo Ministério Público de registrar veículos de transporte público em nome de laranjas para burlar a lei.

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Receptação – Segundo a denúncia contra Herivaldo Santos, entre os dias 4 de agosto e 17 de setembro de 2008, ele e um comparsa “receberam e transportaram, em proveito próprio e alheio, 187 caixas contendo pares de sapato da marca Zara, que sabiam ser produto de crime”. Segundo a promotoria, eles “receberam a mercadoria roubada e intermediaram a venda” para um terceiro acusado. A dupla levou os sapatos para uma empresa transportadora e entregou “uma nota fiscal falsa, a fim de ocultar a origem ilícita dos bens”, diz o inquérito policial.

O réu que participou do crime com Santos conseguiu na Justiça o benefício da suspensão condicional do processo, mas a ação criminal prossegue contra assessor da SPTrans. “Eu não fui condenado e nem fiz nada de errado. As testemunhas não tiveram problema nenhum comigo. Eu estava no lugar errado, na hora errada”, disse Santos ao site de VEJA. Seu advogado, Joel Passos, afirmou que não tem mais mantido contato com o agora assessor da SPTrans e que não consegue localizá-lo. “Faz tempo que ele não se comunica comigo”, disse defensor.

Ao site de VEJA, Santos negou que o vereador petista tenha influenciado na sua nomeação para a SPTrans, mas também não revelou que caminhos percorreu: “Eu vim por outros meios. Não tenho mais nada a ver com o Senival. Tivemos uma desavença, uma questão de valores que eu não estava contente. Aqui não foi indicação dele. Estou trabalhando corretamente.”

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No dia 3 de dezembro de 2011, o juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal da Barra Funda, publicou um edital para notificar o réu a apresentar defesa. Santos estava “em lugar incerto e não sabido”, segundo a Justiça. Os registros da Câmara Municipal de São Paulo, no entanto, informam o paradeiro de Herivaldo Santos na época: era empregado no gabinete de Senival.

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