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Após tumulto, Força Nacional de Segurança chega a Jirau

Manifestantes depredam instalações e queimam 60 veículos; governo de Rondônia pede reforço das Forças Armadas

Por Adriana Caitano
17 mar 2011, 17h24

O canteiro de obras da usina hidrelétrica de Jirau, na região do Rio Madeira, em Porto Velho (RO), tornou-se praticamente um campo de guerra nos últimos dias. O conflito começou na terça-feira, com uma briga entre um funcionário e um motorista de ônibus, e desencadeou uma sequência de atos de vandalismo no local, que ganharam novo fôlego na manhã desta quinta. De acordo com a Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania de Rondônia, pelo menos 45 ônibus, 15 carros, 15 alojamentos e 30 edificações fora queimadas pelos manifestantes e outras 85 instalações danificadas. Não há registro de feridos.

Por causa do novo conflito, o governo do estado aumentou o efetivo de policiais e solicitou reforço da Força Nacional de Segurança e das Forças Armadas. Até agora, 100 homens da Força Nacional chegaram ao local do conflito. Outros 500 estão a caminho. Os funcionários que não estão envolvidos com os incidentes foram levados para o distrito de Jaci Paraná, a 7 quilômetros da usina. No entanto, diante das ameaças de saque, a empresa providenciou ônibus para transferi-los a Porto Velho.

O motivo real da confusão ainda é obscuro. Os manifestantes não têm uma liderança organizada nem divulgaram uma reivindicação oficial. Alguns chegam a dizer que se trata de uma ameaça de greve dos funcionários por reajuste salarial. O governo não confirma a informação, mas diz que cerca de 350 operários da obra estão envolvidos no tumulto. Já a empresa responsável pela obra, Camargo Corrêa, garante que as “cenas de destruição” são provocadas por vândalos desconhecidos. “É improcedente a informação de que há qualquer insatisfação ou reivindicação trabalhista no empreendimento. A Camargo Corrêa sempre esteve aberta para conversar com os representantes dos trabalhadores”, diz a empresa, em nota.

Danos – Além de queimarem veículos e edificações da obra, os manifestantes saquearam e depredaram uma lanchonete, uma loja de telefonia celular, áreas de lazer como sala de cinema, academias, gabinetes odontológicos e um caixa eletrônico. Segundo a Secretaria de Segurança, dois helicópteros, dez viaturas e 100 policiais militares, 36 integrantes do Corpo de Bombeiros, oito policiais civis e dois policiais federais foram utilizados para conter o tumulto na quarta-feira. Na manhã desta quinta, porém, os vândalos voltaram a queimar veículos e alojamentos e interromperam a BR-364.

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Representantes das Forças Armadas, das entidades de segurança pública, da empresa responsável pela obra e dos poderes Legislativo, Executivo Municipal e Estadual participam nesta tarde de uma reunião do Comando de Incidentes para planejar ações de combate aos atos de vandalismo na região. Questionada pela reportagem de VEJA se adotará alguma medida diante do caos instaurado nas obras da usina, a Eletrobras, estatal do governo, afirmou que a questão foge de sua alçada e que “a relação da Eletrobras com Jirau é a de investidora”.

Empreendimento – A Usina de Jirau é considerada uma das mais importantes obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. A construção começou em 2008, após a vitória do consórcio Energia Sustentável no leilão da hidrelétrica, e está prevista para terminar no início de 2012. A capacidade instalada será de 3.300 Megawatts e o investimento total chega a 10 bilhões de reais. As obras já foram paralisadas algumas vezes por problemas ambientais considerados pelo IBAMA. Os efeitos da usina no meio ambiente ainda são questionados por órgãos civis e pelo Ministério Público Federal de Rondônia.

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