Após ameaça de suspensão, júri do Carandiru é retomado
Jurado que havia passado mal voltou a acompanhar julgamento; quatro PMs réus no processo vão ser interrogados
Após correr o risco de ser suspenso novamente, o júri dos 26 policiais militares acusados de matar quinze das 111 vítimas do massacre do antigo presídio do Carandiru foi retomado na tarde desta quinta-feira, por volta de 15h.
Inicialmente, a sessão estava prevista para começar ainda pela manhã, mas sofreu atraso porque um dos jurados, que havia passado mal antes da sessão do dia anterior – que foi suspensa – ainda não estava em condições de voltar e acompanhar os trabalhos. O julgamento correu o risco de ser novamente interrompido, a exemplo do que ocorreu nesta quarta-feira, ou até ser novamente adiado, com a dissolução do corpo de jurados e a formação de um novo, como aconteceu na semana passada. Por volta de 14h, após o jurado passar por uma avaliação médica, o juiz responsável pelo caso decidiu retomar o júri.
No momento, os jurados acompanham a retomada da leitura das peças do processo, um procedimento que começou na noite de terça-feira e que ainda não havia sido concluído. Somente após o término da leitura é que os réus serão interrogados. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, a defesa apresentou apenas quatro dos 26 réus para o interrogatório. Eles devem também ser ouvidos pela promotoria.
Todos os réus eram membros da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a Rota. No massacre do Carandiru, eles foram responsáveis por retomar o controle do primeiro andar do pavilhão nove da Casa de Detenção, onde morreram quinze presos após uma rebelião. Outros 53 PMs ainda respondem pelas 96 mortes que ocorreram nos outros andares do pavilhão – e devem ser julgados ainda neste ano.