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Alberto Youssef relata propina a fiscais do ICMS em SP

Ministério Público de São Paulo estima que os repasses cheguem a R$ 15 milhões

Por Da Redação
25 jun 2015, 09h47

O doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, disse nesta quarta-feira a promotores criminais de São Paulo e representantes da Corregedoria-Geral da Administração do Estado, que pagou propina para fiscais de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços), ligados à Secretaria Estadual da Fazenda. Ele prestou o depoimento na carceragem da Polícia Federal no Paraná, acompanhado por seu advogado.

Os pagamentos, segundo Youssef, foram feitos para que os agentes não cobrassem dívidas da empresa “Pirelli”. O Ministério Público de São Paulo estima que os valores podem chegar a pelo menos 15 milhões de reais.

Por meio de nota, o governo de São Paulo informou que a investigação ainda está em fase inicial e que as informações são sigilosas. Os promotores do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec) não quiseram dar entrevista. A fabricante de pneus Pirelli disse, por meio de assessoria de imprensa, que a empresa citada se refere à Pirelli Cabos Elétricos, que foi sucedida por outra empresa à época dos fatos investigados.

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Delação – Após fechar acordo de delação premiada com procuradores federais para colaborar nas investigações da Lava Jato, Youssef revelou em outubro, em um dos vários depoimentos que prestou na PF, o esquema de corrupção envolvendo funcionários públicos do governo paulista.

As declarações foram encaminhadas aos promotores do Gedec, grupo do Ministério Público paulista que investiga exclusivamente crimes de lavagem de dinheiro, que iniciou uma investigação em parceria com a Corregedoria-Geral da Administração, vinculada ao Executivo paulista. Na quarta-feira, o doleiro foi ouvido oficialmente pela primeira vez nesta investigação.

Youssef ratificou o que disse no primeiro depoimento da delação. Ele revelou que o executivo Júlio Camargo representava a fabricante de cabos elétricos em 2010 e que foi procurado porque a empresa precisava pagar propina a fiscais do ICMS, pois teria dívidas muito altas com o fisco paulista. Camargo é investigado na Lava Jato e também fez acordo de delação premiada.

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Por meio de contas do executivo no Uruguai, Youssef conseguiu cerca de 1 milhão de dólares. O dinheiro foi transferido para o Brasil para uma conta indicada pelo doleiro. A quantia, cerca de 2 milhões de reais, foi paga em dinheiro a um fiscal de ICMS, em um imóvel localizado na Avenida Nova Independência, na Zona Sul de São Paulo.

Outro pagamento de propina foi feito pelo doleiro em 2011, atendendo a mais um pedido de Camargo. Desta vez, foi montado um contrato fictício entre as empresas de Camargo e a que se dispôs a pagar propina, que depositou 2 milhões de dólares em uma conta no exterior. O dinheiro foi disponibilizado em reais no Brasil e encaminhado a Youssef, que se encontrou novamente com o mesmo fiscal no mesmo endereço do primeiro encontro. O valor pago desta vez foi de 4 milhões de reais, em dinheiro acondicionado em malas.

De acordo com as investigações, outros pagamentos ocorreram ao longo de pelo menos quatro anos. A suspeita dos investigadores é de que o dinheiro não foi dividido apenas entre os fiscais de ICMS e que outros funcionários públicos também participaram do esquema, mas de uma maneira mais discreta.

(Com Estadão Conteúdo)

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