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Aguinaldo Ribeiro assume cargo na corda bamba

Para oposição, novo ministro deve dar explicações sobre denúncias que envolvem seu nome; cerimônia de posse foi nesta segunda-feira, no Planalto

Por Luciana Marques
6 fev 2012, 17h36

Ele nem esquentou a cadeira do Ministério das Cidades, mas tem tudo para criar ainda mais problemas à presidente Dilma Rousseff, que foi obrigada a demitir sete ministros após suspeitas de corrupção desde que assumiu. Aguinaldo Ribeiro, que tomou posse nesta segunda-feira, coleciona denúncias de irregularidades em seu currículo – algo que o assemelha a seu antecessor, Mário Negromonte, também do PP. Aos olhos da oposição, Ribeiro assume a pasta já com a corda no pescoço. E será cobrado a prestar esclarecimentos sobre cada suspeita que pesa contra ele.

O novo ministro é acusado de destinar emendas para Campina Grande (PB), município em que a irmã é pré-candidata à prefeitura, de pedir prioridade em repasses para a prefeitura de Pilar, governada pela mãe, de empregar em seu gabinete na Câmara dos Deputados um primo de primeiro grau que não trabalha em Brasília e de ser dono de duas rádios na Paraíba, seu estado natal.

Ribeiro responde também a dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF). Um é sobre emissão de cheque sem fundo e o outro sobre um convênio firmado pela Secretaria de Agricultura da Paraíba, da qual foi titular de 1998 a 2002. “Quem está em função pública deve dar explicações sobre tudo que é questionado”, afirmou o presidente do DEM, o senador José Agripino Maia (RN). “Se essas denúncias procederem, vão mostrar mais uma vez que o governo preenche cargos sem critérios éticos.”

Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), as denúncias são um sinal de que o novo ministro não está preparado para assumir o cargo. “A questão não é se a denúncia é grande ou pequena: é que ou você está à altura, moralmente qualificado para o cargo, ou você não está”, disse. Ele também criticou o sistema de loteamento de cargos entre os partidos da base aliada. “O problema é a forma com que eles optaram por governar e obter apoio de qualquer preço.”

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Favorecimento – Aguinaldo Ribeiro favoreceu no Orçamento de 2012 o curral eleitoral da irmã, a deputada estadual paraibana Daniella Ribeiro (PP), pré-candidata à prefeitura de Campina Grande (Paraíba) este ano. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a cidade foi contemplada com três emendas individuais do deputado, que somam 780 000 reais, para obras de saúde e educação.

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Ribeiro negou, por meio de sua assessoria, que a destinação de emendas para Campina Grande tenha vinculação com a campanha da irmã. O jornal também informou que o ministro, que era deputado federal, empregou em seu gabinete um primo de primeiro grau que não bate ponto em Brasília. O engenheiro Roberto Ribeiro Cabral foi nomeado em 15 de junho do ano passado para exercer o cargo de secretário parlamentar.

Emissoras – Segundo reportagem publicada na edição desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo, Ribeiro é dono de duas emissoras de rádio no interior da Paraíba que foram registradas em nome de empregados. A legislação proíbe que deputados sejam proprietários de emissoras.

A Cariri AM e a PB FM estão no nome da empresa AE Comunicações da Paraíba Ltda., sediada no escritório político que Ribeiro mantém em João Pessoa. Os sócios da empresa, contudo, segundo registro da empresa na Junta Comercial da Paraíba, são um ex-contador e um assessor pessoal do ministro.

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A transmissão da Cariri deixa claro quem é o verdadeiro dono da emissora. “Isso aqui é rádio de ministro, rapaz!”, afirmou um dos apresentadores, minutos após ser confirmado que Aguinaldo comandaria a pasta das Cidades. A deputada estadual Daniella Ribeiro (PP), irmã do ministro e pré-candidata à Prefeitura de Campina Grande, tem um programa próprio na rádio, “Mandato Popular”.

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