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São Paulo de janeiro

No aniversário de 459 anos da cidade, os moradores ganham com ruas mais vazias, transporte público menos lotado e redução das ocorrências policiais

Por Kamila Hage e Leticia Cislinschi
25 jan 2013, 06h24

A assistente executiva Janete Rosa, de 45 anos, faz um longo percurso de carro diariamente. Para se deslocar de sua casa, em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, para Cotia, onde trabalha, ela cruza a cidade de São Paulo. Janete perde, em média, uma hora e meia no trânsito. Mas em janeiro, mês em que a cidade registra os menores índices de congestionamentos – a queda da circulação de carros foi de 20% em 2012 -, ela consegue fazer o mesmo percurso em trinta minutos. A época é caracterizada pelo esvaziamento da capital paulista, e São Paulo se torna uma a cidade dos sonhos para os moradores que não estão em férias.

No caso de Janete, a economia de tempo produz um efeito direto: menos irritação. “Eu sinto muita diferença no meu humor, porque o trânsito me deixa muito irritada. Nesses dias mais tranquilos, meu estado de espírito fica melhor”, diz.

E não é só o trânsito que melhora nesse período para os paulistanos. Um dos principais meios de transporte público, o Metrô teve aproximadamente 15% menos passageiros em janeiro do ano passado – os dados deste ano ainda não foram contabilizados -, em relação a março, o mês mais movimentado do ano. A criminalidade também caiu. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, foi contabilizada uma redução de 18% nas ocorrências informadas, em relação a maio, quando o número atingiu o ápice. Para continuar lendo clique aqui.

Atraídos por esse momento raro, turistas visitam São Paulo e conhecem seus melhores pontos, sem ter de sofrer com os seus inconvenientes. A baiana Giovana Bonfim, terapeuta ocupacional, ficou na cidade de 15 a 22 de janeiro, acompanhada do marido, Cláudio Bonfim, e da filha Maria Luiza, de cinco anos. O casal, que mora em Salvador, abriu mão das famosas praias da capital da Bahia em busca do circuito cultural paulistano. Eles visitaram os museus do Ipiranga, da Língua Portuguesa e a Pinacoteca. “Para quem tem criança, é um ótimo lugar [São Paulo]. Existem várias opções do que fazer e muitos lugares legais para ir”, afirma Giovana.

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Dos sete dias na capital paulista, uma lembrança Giovana não vai levar consigo: o trânsito. Deslocando-se de carro com a família, ela se deparou com pequenos trechos de lentidão, mas nada que a deixasse desconfortável. Também encontrou poucas filas nas atrações que visitou. A estadia agradou tanto que a baiana caracterizou a capital paulista como “tranquila”. Para boa parte dos moradores de São Paulo, que convivem com os percalços diário, soa como um paradoxo.

Comércio – Alguns setores saem prejudicados pelo esvaziamento decorrente das férias, como, por exemplo, os comerciantes, que vêm o faturamento despencar no mês de janeiro. Na Rua 25 de Março, o movimento chega a cair 40%. A paulistana Cida Felix, gerente de uma loja de bijuterias, trabalha na rua há quinze anos, e, por isso, está acostumada à sazonalidade. Ela conta que costuma organizar uma grande queima de estoque, com o objetivo de alavancar as vendas. “A gente chega a colocar produtos com até 70% de desconto”, diz.

As empresas de entregas expressas também reclamam da época. É o caso da Bora Service Transportes, localizada no bairro da Lapa. De acordo com o proprietário da companhia, José Ednaldo da Silva, os pedidos caem até 20% em janeiro. Cerca de vinte motoboys que trabalham na empresa também recebem menos com a queda do fluxo de entregas.

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