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A bagunça aos pés do Redentor

Secretário de Transportes afirma que, na alta temporada, monumento tem movimento de turistas acima de sua capacidade. Reportagem do New York Times criticou movimento caótico no acesso ao Corcovado

Por Cecília Ritto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 fev 2013, 18h54

Setecentos e dez metros acima do nível do mar, o Rio de Janeiro aparece em uma de suas poses mais panorâmicas. A estátua do Cristo Redentor, que no ano passado atraiu 1,8 milhão de turistas, proporciona uma das mais belas vistas da cidade, de um ponto privilegiado onde se vê tanto as praias da Zona Sul como a mata e os bairros da Zona Norte, onde está o Maracanã. No entanto, o caminho até o Redentor é longo e cheio de percalços – não necessariamente por causa da altitude. Quem visita o Cristo se espanta com a desordem, com vans e táxis disputando passageiro no meio de vendedores ambulantes, que tentam empurrar as mais diversas bugigangas aos turistas. Em uma reportagem recente sobre o turismo no Rio, o New York Times se espantou com a bagunça.

O jornal, em uma crítica de forma geral positiva ao Rio de Janeiro, usou um parágrafo para relatar a confusão para se chegar ao Cristo. A correspondente Jodi Kantor subiu a montanha em um dos jipes que conduzem turistas e descreveu o caos em que se misturam pedestres e carros – que eram observados por policiais inertes. “Se as autoridades não podem conceber uma forma ordenada e confortável de visitar uma das estátuas mais famosas do mundo – se até Londres enfrentou sérios desafios logísticos com a Olimpíada – o que vai acontecer durante a invasão internacional no Rio de Janeiro em 2016?”, diz a reportagem.

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Em tempos de feriado, como no carnaval, e de fim de semana, a confusão aumenta. O estacionamento irregular se expande, assim como a presença de flanelinhas. Segundo o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, “na alta estação, o Corcovado tem demanda muito maior do que a capacidade”. O secretário apontou como problema a limitação do trenzinho que leva os passageiros ao alto do morro, assim como as vans, outra alternativa que também não dá vazão. “E, em relação aos carros particulares, a estrada é sinuosa, de mão dupla, e não há estacionamento. Logisticamente, o Corcovado é um desafio. Mas a nossa operação melhorou muito”, disse Osório ao site de VEJA.

O Corcovado comporta, segundo a administração do monumento, 1.200 pessoas simultaneamente. Mas, para dar conta do volume de visitantes, esse limite é constantemente ultrapassado. Na alta temporada, sobem, por dia, 4.000 pessoas pela ferrovia e 12.000 pela estrada, em vans, carros de passeio e táxis.

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Uma das expectativas para melhorar o atendimento ao turista é aumentar a capacidade do trenzinho, que transporta atualmente 345 passageiros por hora. O sistema será licitado pelo governo federal. “Pode ser que agora aumente a quantidade de pessoas por trem”, afirmou o secretário. Outra alternativa que está sendo estudada é fazer com que as vans parem de sair do Cosme Velho, bairro de acesso ao monumento, e passem a fazer ponto em outros locais menos estreitos, que não provoquem engarrafamento.

“Ainda não está bom, mas melhorou”, afirmou. Há três semanas, a secretaria de Transportes fez três ações no local. A parada dos ônibus de turismo foi deslocada para o terminal dos ônibus comuns, a 100 metros da entrada do trenzinho, um ponto sempre tumultuado nos dias de maior movimento. O ponto de táxi foi eliminado para desafogar o congestionamento formado na Rua das Laranjeiras. E os carros que faziam fila para estacionar no alto da trilha para o Cristo estão sendo desviados para o mirante do Dona Marta quando o espaço chega ao seu limite.

Para Omar Raposo, o pároco do Santuário do Cristo Redentor, a baderna detectada pelo New York Times foi menor do que nos outros anos. “Sempre chegam muitas reclamações. Mas acho que, pela primeira vez, nos oito anos que estou no Cristo, tivemos um mês de fevereiro melhor”, disse. No entanto, outros pontos ainda precisam de melhorias urgentes – ainda mais quando se prevê números recordes de turistas no Cristo em tempos de Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016.

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O pároco aponta a necessidade urgente de tornar o monumento mais acessível. Hoje, os elevadores não levam até o ponto mais alto, apenas escadas rolantes. “Seria interessante pensar em uma van específica para a entrada de cadeiras de rodas”, sugeriu Omar. Outro ponto levantado pelo padre é a segurança. Em um dos principais cartões postais do Rio de Janeiro é possível que uma pessoa entre armada sem maiores problemas. “Hoje não há um detector de metais. Podemos pensar melhor sobre isso”, alerta. O NYT flagrou – e falou mal – dos aspectos que começam a dar sinais de melhora. Imagina se tivessem observado os outros defeitos, ainda mais problemáticos e perigosos, do Corcovado.

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