A 13ª vítima: mulher é atingida na cabeça por bala perdida em Bangu
Dona de casa dormia quando levou o tiro. Também nesta madrugada, uma menina de 12 anos foi atingida, na Zona Norte
A dona de casa Sandra Costa dos Santos, de 58 anos, foi atingida na cabeça por uma bala perdida enquanto dormia em sua casa em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta segunda-feira. Ela sobreviveu e está internada no Hospital Estadual Albert Schweitzer, em Realengo, também na Zona Oeste. Ainda não há informações sobre seu estado de saúde. Sandra é a 13ª vítima de bala perdida na Região Metropolitana do Rio de Janeiro desde em nove dias. Ela mora nas imediações da Vila Aliança, bairro onde há constantes confrontos entre criminosos de facções rivais e destes com a polícia.
Também na madrugada desta segunda, Uma menina de 12 anos foi vítima de uma bala perdida. A criança foi baleada em frente à casa em que mora, no Morro do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio. Ela foi socorrida e levada também para o Albert Schweitzer. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o estado de saúde da criança, que entrou no hospital por volta da 0h30, é considerado estável.
Governo – O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou nesta segunda que a polícia tem consciência da guerra de facções em áreas ainda sem Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e está promovendo operações para combater os criminosos, como no Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte, mas não vai fazer ocupações sem condições de sustentá-las. Essas trocas de tiros teriam sido responsáveis por alguns dos treze casos de bala perdida.
“Eles (os criminosos) fazem efetivamente uso dessas armas causando morte de pessoas inocentes que estão fora do império, do reduto (deles). O que nós estamos fazendo é entrando nesses impérios e acabando com isso, é (isso) que as UPPs têm feito”, afirmou o secretário em entrevista à GloboNews. “Sabemos da situação do Chapadão, Juramento, Costa Barros, Santa Cruz, Baixada Fluminense (regiões ainda sem UPPs e que são palco de ações criminosas frequentes), mas não podemos fazer ocupação sem poder sustentá-las. O que podemos fazer e estamos fazendo são operações policiais.”
“Quando acontecem os fatos, o questionamento sempre cai sobre a polícia. Hoje existe um reducionismo das pessoas acharem que segurança pública é sinônimo de polícia. Quem pode ter dado esses tiros são menores, são pessoas em estado vulnerável, pessoas que usam uma arma sem o menor tipo de responsabilidade. Óbvio que essas armas estão na mão de pessoas que não têm responsabilidade nenhuma”, disse Beltrame. Beltrame ressaltou que, apesar da sequência de casos de violência, a polícia está trabalhando e, desde 7 de novembro, já prendeu 4.410 pessoas e apreendeu 568 pistolas no Estado do Rio de Janeiro.
(Com Estadão Conteúdo)