Zuckerberg é defendido pela irmã em polêmica sobre o Holocausto
Em entrevista, fundador do Facebook disse que os negadores do assassinato em massa de judeus na Alemanha nazista "não estão errando intencionalmente"
Randi Zuckerberg saiu em defesa de seu irmão nesta sexta-feira (20), depois de Mark Zuckerberg ter declarado que as pessoas que negam o Holocausto “não estão errando intencionalmente”. Para a irmã do fundador do Facebook, ele poderia ter escolhido palavras distintas para se expressar, mas demonstrou coragem de “navegar esse incrivelmente difícil mundo novo onde a noção de liberdade de expressão é constantemente desafiada”.
Em entrevista publicada na quinta-feira pelo portal de tecnologia Recode, Zucherberg ressaltou ser judeu e estar ciente da existência de um grupo que nega a existência do Holocausto — o extermínio de mais de 6 milhões de judeus, além de oposicionistas e pessoas de outras minorias étnico-religiosas, pela Alemanha nazista durante a II Guerra Mundial. Mas ele foi além.
“Eu acho isso profundamente ofensivo. Mas, no final das contas, eu não creio que a nossa plataforma deva suprimir isso porque eu penso que há coisas em que diferentes pessoas erram. Eu não penso que eles estão errando intencionalmente”, acrescentou.
A declaração de Zuckerberg gerou uma ampla controvérsia no Facebook. Não só sobre a questão do Holocausto, que é tema de debates acirrados nas redes sociais. Mas essencialmente sobre sua postura, como fundador de poderosas redes sociais com alcance mundial, em relação ao tema e a recusa do Facebook em censurar declarações de negação a um fato histórico amplamente comprovado por evidências.
Em um comunicado por escrito à rede de televisão CNN, Randi Zuckerberg, que atua em organizações da comunidade judaica americana, reiterou sua opinião de que as pessoas que negam o Holocausto mantêm uma “retórica odiosa e repugnante”, “que reviram” seu estômago. Esquivou-se, porém, de condenar a declaração de seu irmão, defendeu um “vigoroso debate” nos Estados Unidos sobre o tema e lamentou que o Facebook tenha se tornado uma arma contra os judeus.
“Infelizmente, quando nós damos voz a todo mundo, nós damos voz a pessoas que a usam para o bem e a outras que abusam dessa voz”, afirmou. “Organizações que estão fazendo um trabalho impactante têm, agora, a mais poderosa ferramenta, mas a desagradável escuridão que está logo abaixo da superfície também tem acesso a esses mesmos instrumentos”, completou.