Votação é encerrada no Irã com 70% de comparecimento às urnas
Autoridades relatam grande participação de eleitores no pleito - como pedido pelo aiatolá Khamenei
Autoridades eleitorais iranianas afirmam que a participação no primeiro turno da disputa presidencial, nesta sexta-feira, foi alta, superando os 70%, segundo estimativas. O fechamento das urnas foi adiado três vezes para atender a quem resolveu votar no último momento. O grão-aiatolá Ali Khamenei pediu o comparecimento dos eleitores para desacreditar os Estados Unidos, que não consideram as eleições iranianas livres ou justas. No total, 50 milhões de iranianos estavam habilitados para votar em um dos seis candidatos a suceder Mahmoud Ahmadinejad. Na capital Teerã, os locais de votação fecharam cinco horas depois do previsto. No resto do país, o horário foi ampliado em quatro horas. Os resultados oficiais devem ser anunciados neste sábado – se nenhum candidato conseguir mais de 50% dos votos, os dois mais votados disputarão o segundo turno na próxima sexta-feira.
No final de maio, o secretário de Estado americano John Kerry questionou a credibilidade do pleito no Irã. Ele criticou o veto a candidaturas e acusou Teerã de interromper o acesso à internet. O Conselho dos Guardiães, que supervisiona a vida política no país, admitiu apenas oito das quase 700 candidaturas apresentadas. Entre os impedidos, o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, um reformista moderado, e Esfandiar Rahim Mashaei, apoiado por Ahmadinejad. Dois dos candidatos aprovados desistiram ao longo desta semana e, dos seis que restaram, nenhum é visto como alguém capaz de fazer frente ao regime dos aiatolás.
Um site de oposição informou que o comitê de campanha do candidato Hassan Rohani, apoiado por Rafsanjani, enviou uma solicitação ao conselho para que o nome de Mohammad Reza Aref – que abandonou a disputa na última terça-feira exatamente para que Rohani fosse o único candidato do campo que se proclama reformista – fosse retirado das cédulas de votação. Segundo a mensagem, em alguns locais de votação, o nome de Aref estava assinalado, criando confusão. Agências de notícias locais informaram que todos os seis candidatos prometeram respeitar os resultados.
Estas são as primeiras eleições desde 2009, ano da fraudulenta reeleição de Ahmadinejad, que originou uma onda de protestos que terminou brutalmente sufocada. Desta vez, a segurança foi reforçada e a campanha foi tímida em comparação aos comícios de quatro anos atrás.