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Voluntários do acampamento de Calais são acusados de abuso sexual

Segundo uma denúncia, voluntários tem relações sexuais com moradores do campo de refugiados, inclusive menores de idade

Por Da redação
Atualizado em 22 set 2016, 14h43 - Publicado em 22 set 2016, 14h43

Voluntários do acampamento de refugiados conhecido como Selva de Calais estão sendo acusados de abusar sexualmente de moradores do local e de crianças imigrantes. Segundo o jornal britânico The Independent, as denúncias vieram de um dos voluntários, que fez uma postagem em um grupo na rede social Facebook sobre o assunto.

As acusações do voluntário, que não foi identificado por motivos de segurança, causaram muita discussão na própria postagem do Facebook, que foi apagada logo depois. Alguns voluntários criticaram a exposição, enquanto outros afirmaram que os relacionamentos entre moradores do acampamento e voluntários eram naturais.

De acordo com The Independent, que teve acesso à postagem, a denúncia foi publicada em um grupo de voluntários de Calais, com mais de 36.000 membros. “Eu já ouvi falar de meninos, que acredito serem menores de idade, que tiveram relações sexuais com voluntários. Já ouvi histórias de homens usando as prostitutas da Selva também”, afirmava a publicação.

“As relações sexuais com uma pessoa que está em posição de poder e influência, em um caso tão unilateral, especialmente quando se pode obter ajuda humanitária dessa pessoa, podem ser definidas como abuso sexual”, afirmou também o voluntário. Ele cita também o código de conduta utilizada pelo ACNUR, a agência de refugiados das Nações Unidas, que “fortemente desencoraja” relações sexuais entre funcionários pagos e beneficiários de programas humanitários, devido a “relações de poder desiguais”.

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Voluntários que trabalham no campo de refugiados confirmaram ao jornal britânico algumas das denúncias, afirmando que a conduta é preocupante e é repetida por homens e mulheres que trabalham no local. No entanto, afirmaram ser muito difícil controlar esse tipo de comportamento, já que não existe uma única agência de administração dos serviços humanitários no acampamento que controle quem são os voluntários.

Clare Mosely, fundador da Care4Calais, uma das maiores instituições de caridade que atuam na Selva de Calais e que tem uma política de zero tolerância para relacionamentos com os refugiados, disse: “No fim das contas, o acampamento não é reconhecido como um campo oficial de refugiados, é um assentamento ilegal. Então não temos nenhuma maneira de forçar ninguém a sair. Essa é a dificuldade”.

Após ser informado das alegações, o ACNUR apelou para que as instituições de caridade em Calais imponham políticas de “tolerância zero” para qualquer tipo exploração de moradores do acampamento, de forma a manter a “integridade” do trabalho voluntário.

O acampamento conhecido como Selva de Calais abriga cerca de 10.000 pessoas atualmente, na região portuária de Calais. A cidade portuária francesa é passagem natural entre o continente europeu e as ilhas britânicas e desde 2002 recebe milhares de migrantes que tentam atravessar o Canal da Mancha em direção a outros países da Europa.

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