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Viúvo de paquistanesa morta por familiares estrangulou a primeira mulher

Muhammad Iqbal disse ter matado a primeira mulher porque estava apaixonado por Farzana – que foi apedrejada por se casar contra a vontade da família

Por Da Redação
29 Maio 2014, 16h51

A história da paquistanesa que foi morta por ter se casado contra a vontade da família ganhou um novo – e inesperado – capítulo nesta quinta-feira. O viúvo de Farzana Iqbal admitiu ter estrangulado sua primeira mulher para poder se casar com Farzana. Muhammad Iqbal foi liberado da prisão depois de ser perdoado pelo filho – ou seja, foi beneficiado pela mesma regra que pode deixar livres os responsáveis pela morte de Farzana. “Eu estava apaixonado e matei minha primeira mulher por causa desse amor”, declarou o viúvo à agência France-Presse.

Farzana, que estava grávida de três meses, foi atacada por cerca de vinte pessoas na terça-feira, na cidade de Lahore, e morreu apedrejada. Entre os agressores estavam o pai, irmãos e um primo da vítima. A polícia prendeu o pai, que confessou ter matado a filha em um ‘crime de honra’. Ele não deve responder pelo crime já que a legislação paquistanesa permite que as famílias das vítimas perdoem os assassinos.

Em depoimento à Fundação Aurat, uma organização de defesa dos direitos humanos no Paquistão, o viúvo afirmou que o pai de Farzana havia envenenado uma outra filha, também por discordar de seu casamento. O viúvo argumenta ainda que a família de Farzana só deixou de apoiar o casamento depois de pedir mais dinheiro do que o inicialmente combinado para aprovar o relacionamento.

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O ataque a Farzana durou 15 minutos, segundo testemunhas, e ocorreu em frente a uma corte onde ela prestaria depoimento para desmentir a queixa de seus familiares contra o marido. Sem concordar com o casamento, a família acusou Iqbal de sequestrar a mulher. “O fato de ela ter sido morta a caminho da corte mostra uma grave falha do Estado em oferecer segurança a alguém que – devido à incidência desse tipo de crime no Paquistão – estava obviamente em risco”, disse Navi Pillay, alta comissória de direitos humanos da ONU.

O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, ordenou uma investigação urgente sobre a morte de Farzana. Em nota, o premiê considerou o crime “totalmente inaceitável” e ordenou seu irmão Shahbaz Sharif, ministro-chefe da província de Punjab, onde ocorreu o assassinato, a “tomar uma ação imediata” para que o crime seja “investigado rapidamente e de acordo com a lei”.

Cerca de 1.000 mulheres são mortas todos os anos em crimes de honra, conforme dados da Fundação Aurat, um grupo em prol dos direitos humanos no Paquistão. Os números, no entanto, podem ser muito maiores, uma vez que a organização só contabiliza os casos divulgados pelos jornais. Não há estatísticas oficiais do governo sobre os homicídios.

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