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Vítimas do Boko Haram foram abusadas por funcionários do governo

Segundo a Human Rights Watch, 43 mulheres e meninas afirmaram terem sofrido abusos de funcionários nos campos de Maiduguri

Por Da redação
3 nov 2016, 17h35

Mulheres e meninas que sobreviveram aos horrores da guerra causada pelo Boko Haram na Nigéria foram estupradas por funcionários do governo em campos de refugiados no norte do país, denunciou a Human Rights Watch (HRW). Segundo a organização internacional, dezenas de vítimas denunciaram os abusos durante a realização do estudo, em julho deste ano.

No relatório divulgado pela HRW, foram documentados relatos de 43 mulheres e meninas vítimas de abusos de policiais, soldados, vigilantes e líderes de sete campos para deslocados em Maiduguri, no Estado nigeriano de Borno. Oito vítimas contaram que haviam sido raptadas pelos terroristas do Boko Haram e forçadas a se casarem antes de conseguirem fugir para o campo, onde sofreram novos abusos.

Entre as vítimas que fizeram as denúncias estavam 4 mulheres que foram drogadas e estupradas, enquanto outras 37 foram forçadas a manter relações sexuais por promessas falsas de casamento e assistência material ou financeira. Muitas das mulheres disseram que foram abandonadas pelos seus abusadores após engravidarem e sofreram discriminação e violência por parte de outros moradores do campo.

Muitas das mulheres estupradas afirmaram à Human Rights Watch que se sentem impotentes diante dos abusos sofridos, pois têm medo de sofrer algum tipo de retaliação se denunciarem seus agressores. Uma menina de 17 anos que falou à organização contou que foi abusada por um policial do campo de Maiduguri um ano depois de ter fugido dos frequentes ataques do Boko Haram em sua cidade natal, Dikwa.

Segundo ela, o homem se aproximou como amigo, mas logo exigiu que ela fizesse sexo com ele. “Eu me recusei, mas ele me forçou. Aconteceu apenas uma vez, mas logo percebi que estava grávida. Quando eu o informei sobre minha condição, ele ameaçou atirar em mim e me matar se eu contasse a mais alguém”, disse, segundo a HRW. “Então eu fiquei com muito medo de denunciá-lo.”

Outro estudo conduzido pelo centro nigeriano de pesquisas NOI Polls no nordeste do país em julho de 2016 revelou que 66% dos 400 refugiados internos então vivendo nos Estados de Adamawa, Borno e Yobe denunciaram que os funcionários e oficiais dos campos de refugiados estupravam mulheres e meninas deslocadas, confirmando a atual realidade de abusos sexuais contra mulheres na Nigéria.

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