Lima, 17 jan (EFE).- O segundo vice-presidente do Peru, Omar Chehade, renunciou ao cargo poucas horas antes do Congresso da República se pronunciar sobre um pedido para que também perca o foro privilegiado como legislador.
Chehade, que é acusado de corrupção, enviou na noite da segunda-feira sua carta de demissão ao presidente Ollanta Humala, informou nesta terça-feira a imprensa local.
A renúncia à vice-presidência, um cargo que tem sobretudo um peso simbólico, visto que só é exercido quando o presidente está fora do país, aconteceu antes da Comissão Permanente do Congresso se reunir para analisar um relatório que recomenda sua cassação como congressista.
Essa reunião será realizada a partir das 16h local (19h de Brasília) e os participantes decidirão se aceitam o pedido da Subcomissão de Acusações Constitucionais para que o plenário do Congresso vote pela perda da imunidade de Chehade.
O Congresso do Peru suspendeu Chehade em 5 de dezembro durante 120 dias por uma suposta infração ao código de ética do Legislativo.
O político foi acusado de ter se reunido em um restaurante de Lima com altos comandantes policiais para supostamente exercer pressão para que fosse realizado um despejo na companhia açucareira Andahuasi em favor do poderoso grupo empresarial Wong.
Em dezembro, a subcomissão emitiu um relatório sobre o caso no qual recomendava que o legislador fosse destituído do cargo e impedido durante cinco anos de exercer qualquer função pública.
No entanto, o relatório apontou que Chehade cometeu o suposto delito como congressista e não como vice-presidente, já que quando aconteceu a reunião o presidente se encontrava no país.
A renúncia de Chehade foi elogiada por parlamentares de diversas bancadas, que consideraram que tomou essa decisão para não afetar o governo de Humala e tentar evitar a possível perda de imunidade. EFE.
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