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Vice-premiê da Eslováquia se demite após homicídio de jornalista

Robert Kalinak deixa cargo para tentar salvar o atual governo, debilitado por escândalos de corrupção

Por Da redação
13 mar 2018, 16h32

O vice-primeiro-ministro e titular da pasta do Interior da Eslováquia, Robert Kalinak, anunciou sua demissão na última segunda-feira, em razão do assassinato do jornalista Jan Kuciak, que investigava vínculos entre políticos eslovacos e empresários italianos que teriam relações com uma máfia que atua no país eslavo. A demissão de Kalinak foi uma tentativa de ajudar na sobrevivência do governo de coalizão de Robert Fico, atual primeiro-ministro, debilitado por acusações de corrupção, inclusive contra o próprio vice-líder.

“Peço demissão do posto de ministro do Interior e de vice-primeiro-ministro”, anunciou Kalinak. “Acredito que, com este gesto, contribuirei para a estabilização da situação na Eslováquia. Meu principal objetivo é esclarecer os assassinatos. Devemos saber por que e quem fez isto.”

Tanto a oposição, apoiada por grandes manifestações nas ruas, quanto o partido Most-Hid (centro-direita), que integra a coalizão de governo, solicitaram a saída de Kalinak, que faz parte do partido Smer-SD, o mesmo do primeiro-ministro. O Most-Hid tenta decidir se a renúncia do ministro do Interior é o suficiente para que permaneça no governo. Alguns analistas têm dúvidas.

“Se outro ministro designado ao partido Smer-SD assumir a pasta do Interior, para o Most-Hid pode não ser suficiente como garantia de uma investigação imparcial sobre os assassinatos”, afirmou o analista Pavol Babos.

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O assassinato

Os corpos de Jan Kuciak e de sua companheira, com marcas de tiros, foram encontrados em fevereiro em sua casa em Velka Maca, a 65 quilômetros de Bratislava.

Kuciak, de 27, trabalhava como repórter investigativo para o site aktuality.sk, que pertence aos grupos alemão Axel Springer e suíço Ringier. O jornalista estava prestes a publicar uma reportagem sobre supostos vínculos entre políticos eslovacos e empresários italianos que, suspeita-se, teriam relações com a máfia calabresa, a ‘Ndrangheta, que atua na Eslováquia.

Na sexta-feira, milhares de eslovacos protestaram contra a corrupção em todo o país e pediram a renúncia do primeiro-ministro, Robert Fico, e de seu ministro do Interior. Em Bratislava, o protesto reuniu 40.000 pessoas, segundo o jornal SME  o que representaria a maior manifestação popular no país desde a Revolução de Veludo, que provocou a queda do comunismo na Tchecoslováquia em 1989.

A crise provocou uma grande tensão entre o primeiro-ministro e o presidente da República Eslovaca, Andrej Kiska, depois que o último pediu, em 4 de março, uma reforma ministerial, ou eleições antecipadas. Fico criticou o chefe de Estado por ter mantido uma reunião privada em setembro com o bilionário americano George Soros e afirmou que o discurso de Kiska “não foi escrito na Eslováquia”.

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O primeiro-ministro foi acusado pela própria ministra da Justiça, que faz parte do Most-Hid, de “apelar aos instintos mais baixos das pessoas com teorias de conspiração”.

Kiska se reuniu nesta segunda-feira com dirigentes do Most-Hid e do Partido Nacional Eslovaco (direita nacionalista), o terceiro membro da heterogênea coalizão que governa o país desde as legislativas de 2016.

(Com AFP)

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