Venezuela vai ganhar usina nuclear com ajuda da Rússia
Chávez e Medvedev assinaram acordo que prevê a construção da planta
Depois do louco Kim Jong-Il (Coreia do Norte) e dos aiatolás atômicos (Irã), chegou a vez de outro ditador desenvolver atividade nuclear: o venezuelano Hugo Chávez. Ele e o presidente russo Dmitri Medvedev assinaram nesta sexta-feira um acordo intergovernamental, depois de uma reunião a portas fechadas, que prevê a construção e a exploração de uma usina atômica na Venezuela.
Antes de viajar à Rússia, Chávez já havia antecipado o projeto, cuja planta será erguida por engenheiros russos. No entanto, o presidente venezuelano fez questão de salientar – a exemplo do iraniano Mahmoud Ahmadinejad – que não tem planos de fabricar bomba atômica, aproveitando a transferência de tecnologia da Rússia. Chávez diz defender a promoção da energia nuclear para a geração de eletricidade como alternativa a outras fontes de mais poluentes, como ocorre em países como Brasil e Argentina.
Relação bilateral – Em sua nona viagem à Rússia desde 2001, Chávez visita o Kremlin por dois dias. O objetivo é discutir planos de cooperação bilateral em diversas áreas até 2014 e assinar documentos que estabeleçam as bases de colaboração mútua em política externa e economia. Segundo os analistas, essas definições devem garantir o crescimento do comércio entre os dois países, que em 2009 superou os 397 milhões de dólares e no qual o setor militar já ocupava um lugar de destaque.
A Venezuela, que desde 2005 adquiriu armas russas no valor de 4,4 bilhões de dólares – segundo fontes do país -, ascendeu como principal cliente latino-americano da indústria militar russa, o que preocupa especialmente Estados Unidos e Colômbia. Em abril passado, durante sua visita à Venezuela, Putin afirmou que o país ainda planejava comprar mais de 5 bilhões de dólares em armas russas.
(Com agência EFE)