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Venezuela se acostuma à ausência de Chávez

Por Da Redação
9 abr 2012, 23h35

Caracas, 9 abr (EFE).- A Venezuela parece ter-se habituado à ausência física do presidente do país, Hugo Chávez, que desde sábado se encontra em Cuba para dar sequência ao tratamento de radioterapia prescrito após a extração de um novo tumor em fevereiro passado.

Chávez começou no último fim de semana a terceira série de radioterapia em Havana, mas a agenda da Venezuela passa nesta semana pela comemoração do décimo aniversário do golpe de Estado que tirou o governante do poder por quase 48 horas.

‘O presidente irá recuperar-se com a ajuda de Deus e estará à frente deste país durante muitos anos para assegurar o futuro dos venezuelanos. Não há futuro sem o comandante Chávez aqui na Venezuela, e até os maiores opositores precisam colocar isso na cabeça’, indicou nesta segunda-feira o presidente do Parlamento, Diosdado Cabello.

O comentário sobre a saúde do líder foi pontual e ligado às críticas aos detratores do chefe de Estado, a quem equiparou aos promotores do golpe de Estado de abril de 2002.

O governante passou desde 24 de fevereiro menos de 15 dias em seu país devido a sua convalescença e posteriores viagens a Cuba.

No sábado, o presidente aproveitou o momento de sua despedida para anunciar o aumento do salário mínimo em 32,25% este ano e pediu a seus seguidores um esforço para lembrar os eventos do golpe de 11 de abril e seu retorno ao poder depois de o então presidente da patronal Fedecámaras, Pedro Carmona, ter controlado o poder de maneira efêmera.

Chávez comparou esse evento ao câncer que enfrenta e disse que um milagre o salvou de ser assassinado após o golpe de Estado, e disse ter ‘muita fé’ que Jesus Cristo ‘repetirá o milagre para seguir vivendo, para derrotar definitivamente esta doença’.

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O líder não fez declarações nas primeiras horas que passou em Cuba, mas sua presença é aguardada nos atos organizados pelo Governo para comemorar os dez anos do golpe, em celebrações que começarão na quarta-feira.

Além disso, ainda está pendente de confirmação sua presença em 14 de abril na Cúpula das Américas, pelo que não está definido se continuará o plano que vem seguindo nas últimas semanas, o de partir no sábado para retornar à meia-noite da quarta-feira seguinte.

Chávez seguiu esse plano desde que começou a radioterapia, em 24 de março, um mês depois da retirada de um novo tumor cancerígeno, uma reincidência do câncer de que foi operado em junho do ano passado.

‘Não se nota um grande vazio, porque no fundo (Chávez) segue governando, já que a ninguém ocorre a ideia de tomar uma decisão se ele não a tiver tomado’, indicou à Agência Efe José Antonio Gil, um dos presidentes da empresa de pesquisa Datanálisis.

Para Gil, Chávez lidou muito bem com ‘o vazio’ e a doença, ‘que gerou certa simpatia, comiseração com o doente’, mas destacou que o presidente venezuelano ‘está insistindo mais em sua presença, porque ele segue apresentando-se como presidente e segue presente como candidato presidencial’ nas eleições de outubro.

A ausência do líder também parece ter saído da agenda da oposição, que insistia na necessidade de Chávez delegar suas funções enquanto estiver fora do país.

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‘O tema é complexo e a abordagem mais eficaz não está suficientemente clara’, indicou à Efe o analista John Magdaleno, ao assinalar que as críticas às ausências do presidente podem ser interpretadas como insensibilidade quanto à condição humana de um doente.

Magdaleno, professor do Instituto de Estudos Superiores de Administração de Caracas (IESA), concordou que a falta de presença física ‘publicamente não parece’ ter uma repercussão no dia a dia do país, na medida em que ‘(Chávez) está aparecendo com alguma regularidade’.

‘A estratégia de comunicação que está sendo implementada pelo Governo vem conseguindo satisfazer a vulnerabilidade que representavam os tratamentos médicos. Não estou tão certo que continue assim no longo prazo’, avaliou.

Em todo caso, para Magdaleno ‘o grande êxito de Chávez foi precisamente enquadrar o debate político ao redor desse tema’, algo que lhe permite tirar ‘proveito político’.

‘Agora, quantos juros isso pode gerar daqui a seis meses? Essa é a resposta que eu não tenho’, disse em alusão ao pleito presidencial de 7 de outubro. EFE

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