Venezuela prende ativistas da oposição antes de manifestação
Um protesto antigoverno está marcado para esta quinta-feira
Às vésperas do protesto contra o presidente Nicolás Maduro, marcado para esta quinta-feira, o clima esquenta na Venezuela. Após um ataque anônimo contra a sede de um jornal crítico ao governo, autoridades prenderam vários ativistas da oposição acusados de tramar atos violentos durante a manifestação. Líderes oposicionistas criticaram as prisões, considerando-as como intimidação.
A oposição está convocando simpatizantes de todo o país, pedindo que marchem até a capital Caracas, para pressionar por um referendo contra Maduro. Por outro lado, o governo chavista considera a manifestação uma trama para incitar a violência e preparar o cenário para um golpe.
LEIA MAIS:
Jornal venezuelano é atacado com coquetéis molotov e excremento
Venezuela: Oposição pede à ONU que monitore protestos
Crítica dos EUA sobre prisão de opositor é ‘insolente’, diz Venezuela
O próximo protesto acontece após meses de tensões entre Maduro e o Parlamento, exacerbadas por inflação de três dígitos, escassez de produtos similar à da União Soviética e uma grave recessão econômica.
“Nós devemos lutar contra o golpe – antes, durante e após as datas anunciadas por estes fascistas”, disse Maduro, em uma transmissão televisionada. “Nós capturamos um grupo de pessoas portando equipamentos importantes, explosivos C4. Nós estamos tentando capturar vários deles em tempo real.”
Agentes de inteligência invadiram nesta terça-feira escritórios do partido Vontade Popular e prenderam o ativista Carlos Melo, disseram partidos de oposição. O ativista do Vontade Popular Yon Goicoechea foi preso na segunda-feira, sob acusações de porte de explosivos.
Os líderes oposicionistas têm acusado as autoridades eleitorais de adiar o referendo revogatório. A taxa de aprovação de Maduro caiu em julho para 21%, mínima em nove meses, de acordo com a empresa de pesquisas Datanalisis.
(Com Reuters)