Venezuela: “Oposição não pode dialogar enquanto dirigentes estão presos”, diz secretário da OEA
José Miguel Insulza afirma que negociações são a única forma de resolver crise no país
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, afirmou que o “diálogo” é o único caminho para resolver a crise política que atinge a Venezuela desde o início dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro em fevereiro. Só que, segundo ele, o diálogo até o momento “não existiu nenhuma vontade real de dialogar”.
“A oposição não pode se sentar à mesa para dialogar enquanto estão presos vários dirigentes. Mesmo que alguns não queiram o diálogo, eles são parte da oposição. Falar requer gestos”, afirmou o chileno em entrevista ao jornal espanhol El País, mandando um recado para o governo Maduro. Para Insulza, as conversas mediadas pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul), que contam com a participação de representantes brasileiros, não passam de “uma quantidade de monólogos”.
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Segundo ele, ainda existe chance de mudar esse quadro. “Ninguém declarou que o diálogo acabou, nem mesmo a oposição”
“A Venezuela é claramente um país dividido, e um país dividido em metade, e se essas metades não se juntam, é péssimo para o país. Ainda segundo o secretário, o tempo não está correndo a favor de uma solução para a crise. “Isso começou em fevereiro. Já estamos no fim de setembro”, disse.
Insulza participou nesta semana pela última vez da Assembleia Geral das Nações Unidas no papel de secretário da OEA. Ele deve deixar o cargo no ano que vem, após passar uma década à frente da organização.