Caracas, 10 abr (EFE).- A Venezuela lembra nesta quarta-feira o décimo aniversário do golpe de Estado de 11 de abril que tirou o presidente Hugo Chávez do poder por menos de dois dias e levou a um efêmero Governo autoproclamado pelo empresário Pedro Carmona.
Estes são alguns dos principais fatos que precederam e seguiram o golpe de Estado de 2002:.
1998.
– 6 de dezembro – Chávez ganha as eleições presidenciais com 56,2% dos votos.
2000.
– 30 de julho – Chávez é eleito presidente com 59% dos votos pelas regras da nova Constituição.
2001.
– 13 de novembro – Chávez aprova 49 leis econômicas por decreto, entre elas a Lei de Terras e a Lei de Hidrocarbonetos.
– 10 de dezembro – A organização Fedecámaras incita uma greve apoiada por sindicatos, profissionais e setores da agroindústria.
2002.
– 15 de março – A alta gerência da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA) é destituída.
– 9 de abril – Começa uma greve sindical e empresarial de 24 horas, ampliada para 48 e depois por tempo indeterminado.
– 11 de abril – Milhares de opositores concentrados a frente da PDVSA decidem comparecer ao palácio presidencial para pedir a renúncia de Chávez. No encontro com simpatizantes chavistas, ocorrem confrontos que deixam pelo menos 19 mortos e 100 feridos por franco-atiradores e agentes da Polícia Metropolitana.
– 12 de abril – Chávez é deposto do poder por um golpe de Estado e Pedro Carmona se autoproclama presidente de um Governo transitório.
– 13 de abril – Uma contra-ofensiva militar e civil reinstala Chávez no cargo de presidente.
– 14 de abril – Chávez chega ao palácio presidencial de Miraflores e assume novamente a Presidência.
– 17 de maio – O Governo informa, sem detalhes, que ‘tomou medidas’ para evitar o assassinato do presidente pelas pessoas que tentaram tirá-lo do poder no golpe de Estado de 11 de abril.
– 2 de dezembro – Começa uma greve geral indefinida, denominada de ‘greve petroleira’, que reivindicava a renúncia de Chávez.
2003.
– 3 de fevereiro – A greve acaba depois de 63 dias pedindo a renúncia de Chávez.
– 25 de fevereiro – Atentados com bombas contra escritórios diplomáticas da Espanha e Colômbia em Caracas.
– 12 de março – Atentado com bombas contra o edifício onde eram realizadas reuniões entre o Governo e a oposição com apoio da OEA e outros organismos internacionais.
2004.
– 9 de maio – Forças de segurança detêm em um sítio, de um irmão da cantora cubano-venezuelana María Conchita Alonso, 56 paramilitares colombianos que pretendiam matar Chávez.
– 28 de maio – A oposição inicia uma campanha para um referendo revogatório contra Chávez.
– 3 de junho – O Poder Eleitoral valida mais de 2,4 milhões de assinaturas necessárias para ativar o plebiscito revogatório do mandato de Chávez.
– 15 de agosto – O presidente ganha o referendo revogatório e é confirmado no cargo.
– 17 de novembro – Morre em um atentado com explosivos o promotor Danilo Anderson, responsável por pesquisas sobre os autores do golpe de Estado de abril de 2002.
2005.
– 20 de março – Chávez adverte sobre uma possível invasão militar dos Estados Unidos a seu país e anuncia que a reserva militar passará a depender diretamente da Presidência da República.
– 23 de abril – O presidente venezuelano ordena a retirada dos militares dos EUA dos quartéis venezuelanos e põe fim ao programa bilateral de troca militar de 1951.
– 29 novembro – Os principais partidos de oposição anunciam sua retirada das eleições legislativas de 4 de dezembro.
– 4 dezembro – São realizadas as eleições legislativas sem a participação da oposição e os partidários de Chávez acumulam as 167 cadeiras da Assembleia Nacional.
2006.
– 12 agosto – Chávez formaliza sua inscrição perante as autoridades eleitorais como candidato à reeleição de 3 de dezembro.
– 19 de agosto – O governador do estado petroleiro de Zulia, Manuel Rosales, inscreve sua candidatura à Presidência com o apoio de 41 partidos opositores.
– 3 de dezembro – Chávez ganha as eleições para o período 2007-2013 com mais de 62% dos votos.
– 15 de dezembro – Chávez anuncia a criação de um partido único sob o nome de Partido Socialista Unido da Venezuela.
2007.
– 8 de janeiro – Chávez faz o juramento a seu novo Governo e anuncia que nacionalizará ‘tudo que foi privatizado’.
– 19 de maio – Rosales anuncia uma ‘rebelião democrática’ em rejeição ao anúncio de Chávez de não renovar a permissão para o uso da frequência pela emissora privada ‘RCTV’.
– 1º de maio – O Estado venezuelano, através da estatal PDVSA, toma o controle operacional das atividades relacionadas com os hidrocarbonetos na Faixa do Orinoco (centro do país).
– 27 de maio – Sai do ar a emissora privada ‘RCTV’ por causa da falta de renovação da permissão para o uso da frequência que utilizava.
– 15 de agosto – Chávez apresenta uma proposta de Reforma Constitucional, que inclui a modificação de 33 dos 350 artigos da Constituição e a possibilidade de reeleição ilimitada.
– 2 de dezembro – 50,7% dos venezuelanos dizem ‘não’ à reeleição presidencial ilimitada.
2008.
– 2 de março – Venezuela ordena a retirada dos diplomatas venezuelanos na Colômbia no meio de uma crise em torno das Farc e anuncia mobilização na fronteira.
– 7 de março – O presidente colombiano, Álvaro Uribe, e Chávez se reconciliam.
– 19 de junho – Venezuela nacionaliza o setor de cimento.
– 11 de setembro – Venezuela expulsa o embaixador americano em Caracas, em solidariedade à Bolívia.
– 23 de novembro – As eleições regionais são realizadas, nas quais o PSUV ganha 18 das 23 governanças e 80% dos municípios. A oposição conquista estados-chave.
– 27 de novembro – A comissão legislativa que averiguou um plano de golpe de Estado envolve o líder opositor Manuel Rosales, diretores de meios de imprensa, empresários e militares.
2009.
– 14 de janeiro – Venezuela rompe relações diplomáticas com Israel em protesto pela situação em Gaza.
– 15 fevereiro – é aprovado um referendo a reeleição ilimitada que possibilita a Chávez apresentar um novo mandato em 2012.
– 25 junho – Estados Unidos e Venezuela restabelecem relações a partir do acordo que determina que os respectivos embaixadores voltem a suas capitais.
2010.
– 15 julho – Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, denuncia a presença de líderes das Farc em território venezuelano.
– 21 julho – Chávez rompe as relações diplomáticas com a Colômbia.
– 10 agosto – Chávez e Juan Manuel Santos, novo presidente da Colômbia, anunciam o restabelecimento das relações.
– 26 de setembro – O partido de Chávez perde a maioria qualificada na Assembleia Nacional (AN).
2011.
– 5 de janeiro – Toma posse o novo Parlamento com o retorno da oposição após cinco anos.
– 9 de maio – Chávez adia uma viagem internacional devido a uma inflamação no joelho.
– 10 de junho – O governante fala em um hospital de Cuba sobre um abscesso pélvico.
– 20 de junho – Chávez é operado em Cuba de um tumor canceroso.
– 21 de julho – Um dos comissários condenado por mortes no golpe de Estado de 2002 é liberado por sofrer de câncer, no mesmo dia em que o opositor radical Alejandro Peña Eclusa recebe o mesmo benefício.
– 28 de julho – Chávez festeja seu 57º aniversário, eliminando a palavra ‘morte’ de suas palavras de ordem.
– 17 de agosto – O presidente anuncia a retirada de reservas em ouro venezuelano dos EUA e da Europa.
– 24 de dezembro – Chávez perdoa 141 presos e aplaude a libertação de comissários sentenciados no golpe de Estado de 2002.
2012.
– 12 de fevereiro – O governador do estado Miranda, Henrique Capriles, é eleito o candidato de consenso da oposição para as eleições presidenciais de 7 de outubro.
– 21 de fevereiro – Chávez anuncia que esteve em Cuba e que foi detectada uma ‘lesão’ no lugar onde tinha o tumor, por isso deverá ser operado de novo, embora negue a existência de metástases.
– 26 de fevereiro – Chávez é operado em Havana de um tumor cancerígeno.
– 20 de março – Chávez denuncia plano para provocar o candidato opositor Capriles. O líder opositor lhe chama de ‘irresponsável’.
– 29 de março – Chávez ameaça nacionalizar bancos ou empresas que apoiem supostos planos violentos contra o governante.
– 7 de abril – Chávez acusa a oposição de pretender retomar o caminho do golpe de Estado de 11 de abril. EFE