Laura Barros.
Caracas, 12 mar (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, operado no dia 26 de fevereiro em Cuba para a retirada de um tumor maligno, prepara-se para voltar nesta semana ao seu país, envolvido em um ambiente de pré-campanha às eleições de outubro e na expectativa sobre a recuperação do líder.
‘Antes que esta semana termine, devo estar lá fisicamente com vocês’, declarou Chávez nesta segunda-feira, em uma entrevista por telefone dada em Havana à emissora estatal venezuelana ‘VTV’.
Chávez viajou no dia 24 de fevereiro a Cuba para se submeter, dois dias depois, a uma nova cirurgia na região pélvica, de onde lhe extraíram um segundo tumor maligno, após o primeiro extirpado em junho passado.
Desde então, ele permanece lá para se recuperar da operação, comunicando-se com seus simpatizantes, como fez nesta segunda-feira através do microblog Twitter e por entrevistas telefônicas ao canal de televisão estatal, geralmente coincidindo com algum ato público de seus ministros.
O governante aproveitou nesta segunda-feira para pedir a seus seguidores que se mantenham leais à Revolução Bolivariana, como ele gosta de chamar o processo político que lidera há anos, ‘por mais falhas’ que possa ter.
‘Ninguém deve se deixar enganar: a burguesia é retrógada, é pró-imperialista. O que ela quer é se apossar da Venezuela para jogar o povo às favelas’, sentenciou.
Chávez, que terá de passar por um tratamento de radioterapia, espera conseguir sua terceira reeleição nas eleições presidenciais do dia 7 outubro, na disputa contra o candidato opositor, Henrique Capriles, atual governador do estado de Miranda.
Eleito em processo de primárias como o candidato único da oposição, Capriles disse em discurso no estado de Zulia (produtor de petróleo) que a única coisa que resta ao governo neste momento é prometer. ‘Vamos ouvir mais promessas nos próximos meses’, advertiu.
Ele aproveitou o discurso para assumir uma política ‘diferente’ da de Chávez e reiterou suas críticas às expropriações de empresas privadas. ‘(Minha campanha) busca construir um Estado e um país que avance, enquanto outros são os que impõem o retrocesso, o confronto, a divisão’.
Durante a ausência de Chávez, o partido governista Socialista Unido da Venezuela (PSUV) se mobilizou por diferentes pontos do país organizando comícios e passeatas de respaldo à candidatura do atual líder e para pedir sua recuperação. EFE