Vaticano assina acordo e oficializa o reconhecimento do Estado da Palestina
Governo de Israel diz que a medida foi um "passo apressado" e que poderá criar problemas para as futuras relações diplomáticas com o Vaticano
O Vaticano assinou nesta sexta-feira o primeiro acordo com o Estado Palestino. O tratado cobra “decisões corajosas” para acabar com o conflito entre israelenses e palestinos e pede uma solução que contemple os interesses dos dois Estados. Com a assinatura do pacto, que trata das atividades da Igreja Católica nas áreas controladas pela Autoridade Palestina, o Vaticano torna oficial o reconhecimento da Palestina, que vigora desde 2012.
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O arcebispo Paul Gallagher, ministro das Relações Exteriores do Vaticano, disse esperar que a assinatura do acordo simbolize um “estímulo para trazer um fim definitivo para o longo conflito israelense-palestino, que continua causando sofrimento para ambos lados”. O ministro do Exterior palestino, Riad Al-Malki, declarou que o pacto é importante para ajudar no “reconhecimento do direito do povo palestino à autodeterminação, liberdade e dignidade em um Estado independente, livre das algemas da ocupação”.
O governo de Israel, no entanto, lamentou a decisão do Vaticano. “Este passo apressado prejudica o avanço de um acordo de paz e o esforço internacional para convencer a Autoridade Palestina a retomar as negociações diretas com Israel. Israel não pode aceitar determinações unilaterais que não levem em conta seus interesses essenciais e o status especial e histórico do povo judeu em Jerusalém”, disse, por meio de uma nota, o porta-voz da chancelaria israelense, Emmanuel Nahson. O ministério declarou que avaliará como o acordo implicará nas futuras cooperações diplomáticas entre Israel e o Vaticano.
(Com agências Reuters e EFE)