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Uso de máscaras: a mais recente polêmica da pandemia nos EUA

Protestos contra o equipamento de proteção são organizados no país, enquanto novos casos de Covid-19 disparam em alguns estados

Por Da Redação
Atualizado em 25 jun 2020, 12h39 - Publicado em 25 jun 2020, 12h11

“Eu não consigo respirar!”. A frase de George Floyd dita quase sem fôlego, antes de morrer, ao ser rendido por um policial em Minneapolis, ecoou pelo mundo e foi repetida em atos antirracistas, como forma de protesto contra a violência policial. Mas, na boca de um conselheiro – espécie de vereador – da cidade de Scottsdale, no Arizona, Estados Unidos, ela ganhou outra conotação. O republicano e conservador, Guy Phillips, repetiu as palavras de George Floyd antes de retirar a máscara que usava em um ato contra o uso do equipamento, que reuniu cerca de 150 pessoas na frente da prefeitura da cidade.

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Depois de respirar aliviado, Phillips disse: “Insanidade, insanidade!”, em alusão à determinação do prefeito que obriga a população a utilizar máscaras nos espaços públicos.

A cena logo viralizou pelas redes sociais:

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Diante da repercussão negativa, o conselheiro pediu desculpas à família de George Floyd, mas o episódio revelou a mais recente polêmica em torno da pandemia de coronavírus: depois do isolamento social e da cloroquina, é a vez das máscaras ocuparem o centro do debate.

Um dia antes do protesto, o conselheiro divulgou um chamado no Facebook, convocando “qualquer cidadão do AZ que acredite usar uma máscara é uma escolha pessoal, e não uma obrigação”. Boa parte das pessoas que compareceram ao ato são conservadoras, e defendem que o uso de máscaras é uma questão de liberdade. Para elas, o governo não poderia dizer a nenhum cidadão o que ele deve fazer. O candidato ao Senado pelo Partido Republicano, Daniel McCarthy chegou a declarar a um jornal local que a imposição era uma “insurreição comunista”.

O Arizona registrou 3.591 novos casos de Covid-19 apenas na terça-feira, um recorde desde o início da pandemia, de acordo com dados do Departamento de Serviços de Saúde do Arizona. O estado tem 39 casos para cada 100.000 habitantes, a maior média de todo país. Mesmo assim, muitas cidades não adotaram o lockdown e permitem a livre circulação dos habitantes, inclusive em bares e restaurantes. 

Durante o comício de Donald Trump, em Tulsa, Oklahoma, as 6.200 pessoas presentes se negaram a usar máscara e a observar a distância de 1,5 metro, recomendada pelos especialistas. O próprio presidente não usa o acessório em suas aparições públicas.

Os protestos antimáscaras não são exatamente uma novidade. Durante a epidemia de gripe espanhola, no início do século XX, uma liga antimáscara chegou a surgir na cidade de São Francisco, Califórnia. A justificativa era justamente a defesa dos direitos civis.

Além do Arizona, Arkansas, Califórnia, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Tennessee e Texas também registraram número recorde de casos. Pelo menos 26 estados registraram aumento de infectados. As máscaras poderiam ajudar a conter o avanço do coronavírus, já que se mostraram eficientes no combate à doença. Mas, para os anti-máscaras, a liberdade vem antes da saúde.

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