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Uma amizade não muito estável

Analistas avaliam até que ponto o restabelecimento de relações é efetivo

Por Manuela Franceschini
14 ago 2010, 13h54

Restabelecidas as relações entre Colômbia e Venezuela, a expectativa se dá em torno das mudanças políticas e econômicas que se insinuam. Os dois países, próximos culturalmente e até pouco tempo muito alinhados nos negócios, começaram a se distanciar em 2004 e romperam definitivamente em 22 de julho. Não se sabe até que ponto a retomada, 19 dias depois, pode ser apenas circunstancial e personalista, tal qual o rompimento.

Hugo Chávez bem humorado e Juan Manuel Santos dócil podem não durar muito. Estruturalmente, os problemas entre os dois países permanecem. Não foram apresentadas contraprovas da guarida de Chávez para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), conforme denunciou o governo colombiano, nem Santos anunciou diminuição dos laços com os Estados Unidos, como quer Chávez. “O que existe de novidade é o imponderável, que é a relação pessoal entre Santos e Chávez”, diz Ricardo Gualda, pesquisador da Universidade de Columbia, especialista em Venezuela.

Se a relação passar das declarações e começar a ditar o comércio bilateral, a tendência é uma melhora. Economicamente, Colômbia e Venezuela continuam sendo parceiros interessantes um para o outro. Para a Venezuela, a Colômbia é um importante provedor de bens básicos. “É muito difícil substituir este comércio por negociações com Brasil ou Argentina por fatores logísticos, de preço e de falta de conhecimento detalhado de oferta e demanda”, diz Jorge Humberto Botero, ex-ministro de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia. Do lado colombiano, o mercado venezuelano representa 539 milhões de dólares na balança comercial entre os dois.

A crise diplomática fez com que, de 2009 para 2010, a Venezuela importasse 74% menos produtos colombianos. Nos seis primeiros meses de 2010, as exportações da Colômbia para a Venezuela de produtos como verduras, frutas e carnes tiveram variação negativa de 100% em relação ao mesmo período de 2009. Em combustíveis, a queda foi de 60%; em minerais, de 99%. Quem mais sofreu foram as regiões de fronteira, onde há atividades econômicas ligadas ao câmbio e à integração econômica dos dois lados.

No entanto, mesmo com uma retomada imediata desse intercâmbio econômico, não se podem ignorar as diferenças políticas entre eles. “Colômbia e Venezuela fizeram independência juntos, têm os mesmos heróis. Mas são países que seguiram linhas diferentes. Chávez é centralizador, socialista, e a Colômbia não concorda com isso”, afirma Gualda.

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Veja o que dizem especialistas das duas partes:

Jorge Humberto Botero, ex-ministro de Comércio, Indústria e Turismo da Colômbia

Ricardo Gualda, pesquisador da Universidade de Columbia, especialista em Venezuela

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