UE divulga propostas para evitar saída da Grã-Bretanha do bloco
O primeiro-ministro britânico David Cameron disse que as propostas "mostram progressos reais, mas que ainda há muito trabalho a ser feito e mais detalhes são necessários"
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, publicou nesta terça-feira propostas destinadas a atender as demandas do primeiro-ministro britânico David Cameron para manter seu país na União Europeia (UE), e cedeu ao incluir uma medida para permitir que a Grã-Bretanha limite por até quatro anos as ajudas sociais aos imigrantes. Cameron tem prometido aos britânicos assegurar uma troca em quatro pontos importantes antes de realizar um referendo sobre se a Grã-Bretanha deve permanecer na UE, uma votação que poderia ocorrer já em junho.
O mecanismo proposto a Londres tem como objetivo excluir das ajudas sociais os imigrantes europeus que se instalam na Grã-Bretanha em caso de “chegada de trabalhadores de outros Estados-membros de uma magnitude excepcional”. A nova medida poderá ser acionada quando os serviços públicos de um país estiverem sobrecarregados ou se a segurança social estiver comprometida. Esta proposta valerá para todos os Estados membros que queiram recorrer a ela.
Leia também
Grã-Bretanha e EUA espionaram comunicação militar de Israel
Grã-Bretanha: Imigrantes devem melhorar seu nível de inglês ou serão deportados
As propostas foram anunciadas hoje por Tusk, em uma carta aos chefes de governo europeus, e inclui um dispositivo que permite aos Parlamentos da cada Estado-membro bloquear a legislação da UE. No entanto, provavelmente, as medidas ficarão aquém do desejado pelos britânicos. O projeto divulgado diz que as novas regras começarão a valer a partir do momento que a Grã-Bretanha decidir que continuará na União Europeia.
‘Progressos reais’ – Após a divulgação das medidas, Cameron disse que as propostas “mostram progressos reais, mas que ainda há muito trabalho a ser feito e mais detalhes são necessários”. Se Cameron conseguir garantir um acordo com outros líderes europeus na reunião que ocorre nos dias 18 e 19 de fevereiro, em Bruxelas, o primeiro-ministro deverá realizar o referendo em junho.
O referendo para decidir o futuro da Grã-Bretanha na UE foi um dos principais temas da campanha eleitoral que reelegeu o Partido Conservador, de Cameron. Uma possível saída da segunda economia do bloco europeu (atrás somente da Alemanha) teria consequências econômicas e políticas imprevisíveis, com o risco da ação incentivar outros países a também deixar a UE.
(Da redação)