UE anuncia pacote de 1 bilhão de euros para evitar colapso no Afeganistão
Dinheiro será enviado para organizações internacionais que atuam dentro do país e para nações vizinhas que recebem imigrantes fugindo do Talibã
A União Europeia anunciou nesta terça-feira, 12, um pacote humanitário de um bilhão de euros para o Afeganistão para evitar um colapso humanitário e socioeconômico, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Dessa quantia, 250 milhões serão somados aos 300 milhões já anunciados anteriormente para necessidades humanitárias consideradas urgentes dentro do território afegão, enquanto o restante será direcionado a países vizinhos que têm recebido imigrantes fugidos do regime talibã.
A declaração deixa claro que os fundos serão enviados para organizações internacionais que atuam dentro do país para fornecer ‘apoio direto’ aos afegãos, e não indo para o governo interino dos fundamentalistas, que a UE não reconhece. A ajuda direcionada ao desenvolvimento, inclusive, segue congelada pelo bloco.
“Devemos fazer tudo que pudermos para evitar um enorme colapso no Afeganistão e precisamos fazer isso rápido”, disse von der Leyen, alertando que, com a chegada do inverno, a situação pode se deteriorar ainda mais.
“Nós temos sido bem claros sobre nossas condições para qualquer compromisso com as autoridades afegãs, inclusive sobre o respeito aos direitos humanos. Até o momento, o relatório fala por si. No entanto, o povo não deve pagar o preço das ações do Talibã”, completou.
Os países da União Europeia têm demonstrado preocupação com a possibilidade de um grande fluxo migratório para o continente a exemplo de 2015, quando sírios fugiram da guerra civil. Para Bruxelas, o pacote bilionário pode ajudar a estabilizar o Afeganistão, evitando uma nova onda de imigração.
Durante o comunicado, von der Leyen afirmou que os países europeus, principalmente os que retiraram suas tropas às pressas, têm um ‘dever moral’ de ajudar os afegãos.
O dinheiro doado para o Afeganistão terá como foco o investimento na saúde, enquanto para as nações vizinhas o objetivo é melhorar a gestão da migração, além de promover a cooperação na luta contra o terrorismo, o crime e o contrabando de migrantes.