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Ucranianos querem manter fronteiras intactas, aponta pesquisa

Após encontro com Putin, presidente da OSCE diz que apenas um plano endossado por Ucrânia, Rússia, EUA e Europa pode acabar com a crise

Por Da Redação
8 Maio 2014, 18h36

A população ucraniana, incluindo a parcela de origem russa, quer manter o país unido, com suas fronteiras intactas, mesmo com preocupações em relação ao governo. É o que aponta uma pesquisa conduzida pelo Pew Research Center, em Washington, depois da anexação da Crimeia, mas antes da recente onda de conflitos em várias cidades ucranianas.

O levantamento indica que 77% dos ucranianos querem que o país se mantenha unido, contra 14% que acham que as regiões deveriam ter o direito de se separar se o desejassem. No oeste do país, incluindo a capital Kiev, o apoio à unidade territorial é ainda maior: 93%. Mesmo no leste, incluindo a fronteira com a Rússia e áreas no Mar Negro, 70% defendem a unidade. Apenas na península do sul da Ucrânia que foi anexada por Moscou mais da metade dos entrevistados, 54%, são favoráveis ao direito de secessão.

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As divisões internas são verificadas em temas específicos, como a língua oficial. Na parte ocidental, 66% acham que o ucraniano deveria ser o único idioma oficial do país, enquanto no lado oriental, 73% defendem que o russo também seja visto como língua oficial. Na Crimeia, 74% dos entrevistados defenderam que os dois idiomas tenham status legal na península.

A falta de confiança no governo provisório formado depois da queda de Viktor Yanukovich é notável. Sem contar a Crimeia, menos da metade dos ucranianos (41%) afirma que o atual governo em Kiev está fazendo um bom trabalho em relação à crise. Considerando-se as divisões internas, seis em cada dez entrevistados no oeste do país fazem uma avaliação positiva do governo, contra apenas 24% no leste. A expectativa em relação à eleição presidencial marcada para o próximo dia 25 também não é muito alta. No lado ocidental, 59% acreditam que a votação será livre e justa, enquanto somente 27% dos entrevistados do lado leste têm essa opinião. Na Crimeia, a confiança é ainda menor: apenas 20% responderam positivamente à questão.

Os ucranianos também não demonstram confiança no mandatário russo Vladimir Putin. Um total de 67% dos que responderam à pesquisa consideram a Rússia uma influência ruim para o país, contra 22% que acham que sua influência é positiva. Em 2009, apenas um quarto dos entrevistados consideravam o impacto russo negativo para o país. A confiança geral na forma como Putin comanda os assuntos internacionais do Kremlin também caiu, passando de 56% registrados em 2007 para 23% atualmente. A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 23 de abril e ouviu 1.659 ucranianos. A margem de erro é de três pontos percentuais.

OSCE – Apesar das conclusões do instituto americano e de Putin ter assumido um tom conciliatório esta semana e pedido aos separatistas que adiassem um referendo para validar a independência de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, os insurgentes decidiram manter a consulta popular, marcada para domingo.

Ontem, o chefe da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), Didier Burkhalter, reuniu-se com Putin para tentar buscar uma solução diplomática para a crise na Ucrânia. “Precisamos seguir um plano que seja apoiado por Ucrânia, Rússia, Estados Unidos e Europa. E os elementos para executar esse plano são o recuo da violência, em primeiro lugar, e logo o desarmamento, seguido pelo diálogo nacional e, por fim, as eleições”, disse o presidente e chanceler da Suíça, em discurso nesta quinta em um simpósio em St Gallen.

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Burkhalter não admitiu, mas o plano prevê precisamente que tal processo ocorra com rapidez, para que as eleições presidenciais aconteçam normalmente no fim deste mês. A OSCE de Burkhalter vai disponibilizar uma equipe de juristas por volta do dia 15 para que a Ucrânia consiga organizar o aspecto regulatório para o pleito. O plano propõe ainda a anistia aos manifestantes que entregarem suas armas imediatamente – à exceção apenas dos que, de fato, cometeram crimes.

(Com reportagem de Ana Clara Costa, de St Gallen)

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Entenda a situação dos conflitos nas cidades ao leste da Ucrânia:

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