Ucrânia nomeia novo ministro das Relações Exteriores em remodelação de governo
Presidente Volodymyr Zelenskiy afirma que é necessária 'nova energia' ao nomear Andrii Sybiha e outros sete ministros
O parlamento da Ucrânia aprovou nesta quinta-feira (5) a nomeação de Andrii Sybiha como novo ministro das Relações Exteriores do país, substituindo Dmytro Kuleba.
Sobre a mudança, o presidente Volodymyr Zelensky afirmou que o país precisava de “uma nova energia” neste momento. Essa é considerada a maior remodelação dentro do governo desde a invasão da Rússia, em 2022.
Sybiha é diplomata de carreira e trabalhou por vários anos no gabinete de Zelensky. Ele é um dos oito novos ministros que devem ser nomeados nesta quinta-feira.
Analistas afirmam que a remodelação representa uma consolidação de poder por um pequeno grupo de leais a Andriy Yermak, responsável por chefiar o gabinete do presidente.
Outra mudança considerada estratégica é a nomeação de Alexander Kamyshin, uma figura popular por manter as ferrovias da Ucrânia funcionando durante a guerra, para o gabinete do presidente. Até então, ele era responsável pelo Ministério da Indústria.
A remodelação acontece em meio ao recrudescimento do conflito contra Moscou. Nas últimas semanas, os russos iniciaram ofensivas que deixaram dezenas de mortos.
Zelensky, por sua vez, vai viajar aos Estados Unidos no final deste mês para se encontrar com o presidente Joe Biden. Ele deve apresentar o que Kiev classifica como “plano de vitória”.
Zelensky vem pedindo a aliados que suspendam as restrições que proíbem Kiev de usar armas ocidentais para ataques de longo alcance à Rússia.
As forças russas têm avançando lentamente no leste e intensificaram sua campanha de ataques de mísseis e drones contra Kiev e outras cidades ucranianas longe da linha de frente, atingindo o setor de energia e a infraestrutura.
Também nesta quinta, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a incursão da Ucrânia na região russa de Kursk não conseguiu desacelerar o avanço da Rússia no leste ucraniano.
Putin também afirmou que essa ofensiva enfraqueceu as defesas de Kiev ao longo da linha de frente, abrindo flancos para Moscou.
Participante do Fórum Econômico Oriental, em Vladivostok, Putin disse que as forças russas estão gradualmente empurrando os soldados ucranianos para fora de Kursk, onde desde 6 de agosto Kiev realiza o maior ataque estrangeiro à Rússia desde a Segunda Guerra Mundial.
“A Ucrânia enfraqueceu suas defesas em outros lugares e permitiu que a Rússia acelerasse seu avanço na área oriental de Donbas”, disse Putin.
“O objetivo do inimigo era nos deixar nervosos e nos fazer transferir tropas de um setor para outro, travando nossa ofensiva em áreas-chave, principalmente no Donbas. Funcionou? Não”, prosseguiu o líder russo.
A fala de Putin foi prontamente rebatida pelo secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg. O militar disse a repórteres em Oslo que a Ucrânia avançou “muito” em sua ofensiva em Kursk.