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Turquia terá de pagar multa milionária por invadir o Chipre

Corte Europeia de Direitos Humanos diz que valor de 90 milhões de euros será usado para compensar vítimas da ação militar que dividiu o país nos anos 1970

Por Jean-Philip Struck
12 Maio 2014, 17h50

A Turquia foi condenada pela Corte Europeia de Direitos Humanos a pagar 90 milhões de euros (cerca de 270 milhões de reais) por danos causados pela invasão militar ao Chipre em 1974. Segundo a corte, o valor será usado para compensar as vítimas da ação e da posterior partilha do país. Até hoje o país permanece dividido. O governo cipriota controla uma área maior e mais populosa ao sul, enquanto o norte é administrado por um governo só reconhecido pela Turquia.

Na decisão desta segunda-feira, a Corte considerou que a Turquia ainda poderia ser punida, quase 40 anos após a invasão. Decidiu ainda que 30 milhões de euros serão distribuídos a familiares de pessoas que desapareceram durante a ação militar – seriam mais de 1.600 desaparecidos, segundo uma ONG cipriota -, enquanto outros 60 milhões serão entregues a grego-cipriotas que ainda vivem em Karpas, uma península no norte administrado pelos turcos.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores do Chipre, os habitantes são alvo constante de humilhações e violência por parte das autoridades locais. A população local de gregos-cipriotas que contava mais de 20 000 pessoas antes da invasão caiu para pouco mais de 400 pessoas no começo dos anos 2000.

A multa chega em um momento de retomada das conversas para tentar unificar a ilha. Em fevereiro, após quase dois anos, as lideranças das duas comunidades retomaram discussões formais mediadas pela ONU.

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Histórico – O norte do Chipre foi invadido na sequência de um golpe militar na ilha apoiado pela Grécia. Com o pretexto de proteger a população de origem turca que vivia no norte da ilha, a Turquia invadiu o território. Nos meses seguintes, centenas de milhares de pessoas foram obrigadas a deixar seus lares.

As Nações Unidas estimam que mais de 160.000 gregos-cipriotas foram expulsos do norte e se dirigiram para o sul. O movimento inverso também aconteceu, e 45.000 turcos-cipriotas foram expulsos da área controlada pelo governo do Chipre.

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Nos últimos anos a relação entre os dois territórios melhorou. Alguns postos de fronteira foram abertos, o que permitiu a vários turco-cipriotas obter documentos e passaportes do Chipre, que faz parte da União Europeia. Ainda assim, a Turquia ainda mantém cerca de 30.000 soldados em sua área de influência.

República Turca do Norte do Chipre

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