O líder do partido islamita tunisiano Ennahda, Rached Ghannouchi, afirmou nesta terça-feira que a Tunísia “não está ameaçada pela ditadura”, mas pelo “caos”, no dia seguinte à brutal repressão pela polícia de uma manifestação no centro de Túnis.
“A Tunísia não está ameaçada pela ditadura, ela está ameaçada pelo caos”, declarou Ghannouchi durante uma entrevista coletiva à imprensa, acrescentando que a violência “deve ser absolutamente rejeitada, sejam quais forem os autores”.
“A violência é condenável em um Estado de direito, mas as violações da lei também são condenáveis”, prosseguiu Ghannouchi.
“Em um Estado de direito ninguém tem o direito de impor qualquer coisa sem justificativa”, declarou, referindo-se aos manifestantes que tentaram na segunda-feira desafiar a proibição de se manifestar na avenida Bourguiba e foram violentamente dispersados pela polícia.
“Uma decisão ou um lei pode ser anulada ou mudada por meio do diálogo ou da justiça”, disse.
“Estamos comprometidos com a liberdade (…) a liberdade e a lei são indissociáveis”, prosseguiu.