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Tuíte de Trump faz Paquistão convocar embaixador dos EUA

Em seu primeiro tuíte do ano, o presidente americano acusou as autoridades paquistanesas de mentirem e apoiarem terroristas

Por Da redação
Atualizado em 2 jan 2018, 19h16 - Publicado em 2 jan 2018, 16h39

O Paquistão convocou o embaixador dos Estados Unidos para prestar esclarecimentos em protesto contra um tuíte do presidente americano, Donald Trump, sobre as “mentiras e enganações” do governo paquistanês.

O embaixador David Hale foi convocado pela chancelaria paquistanesa na segunda-feira para explicar o tuíte de Trump, segundo a mídia local. Um porta-voz da embaixada norte-americana na capital paquistanesa confirmou que a reunião aconteceu.

Em seu primeiro tuíte de 2018, Trump escreveu: “Os Estados Unidos equivocadamente deram ao Paquistão mais de 33 bilhões de dólares em ajuda durante os últimos 15 anos, e eles não nos deram nada que não fossem mentiras e enganações, fazendo nossos líderes de bobos. Eles dão apoio aos terroristas que caçamos no Afeganistão, com pouca ajuda. Não mais!”.

As palavras do presidente foram elogiadas pela Índia, inimiga antiga do Paquistão, e pelo vizinho Afeganistão, mas a China, aliada de longa data do Paquistão, defendeu o histórico de combate ao “terrorismo” do país.

Nesta terça-feira o primeiro-ministro paquistanês, Shahid Khaqan Abbasi, presidirá uma reunião de gabinete que se concentrará no tuíte do presidente americano, e na quarta-feira os principais chefes civis e militares do país se reunirão para debater a deterioração dos laços com os Estados Unidos.

As relações entre Washington e o Paquistão são tensas há muitos anos devido ao suposto apoio de Islamabad aos militantes da rede Haqqani, que são aliados do Talibã afegão.

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Os Estados Unidos também alegam que comandantes de alto escalão do Talibã afegão vivem em solo paquistanês. Em 2016 o então líder do Talibã, Mullah Mansour, foi morto durante um ataque de um drone norte-americano dentro do Paquistão, e em 2011 o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi encontrado e morto por tropas americanas na cidade paquistanesa de Abbottabad, que abriga uma guarnição.

Washington sinalizou ao Paquistão que cortará a ajuda e adotará outras medidas punitivas se Islamabad não parar de ajudar ou fazer vista grossa aos combatentes da Haqqani, que realizam ataques na fronteira com o Afeganistão.

Islamabad repudia a insinuação de que não está fazendo o suficiente na guerra contra a militância, dizendo que desde 2001 a guerra provocou mais estragos no Paquistão do que nos Estados Unidos, já que as baixas que sofreu nas mãos dos militantes chegam às milhares.

O ministro das Relações Exteriores, Khawaja Asif, minimizou os comentários de Trump, que viu como uma manobra política provocada pela frustração com os fracassos dos Estados Unidos no Afeganistão, onde militantes do Talibã afegão vêm ganhando território e realizando grandes ataques.

“Ele tuíta contra nós e o Irã por interesses domésticos”, disse Asif à Geo TV na segunda-feira. “Ele está de novo deslocando suas frustrações para o Paquistão por causa de suas falhas no Afeganistão, onde estão presos em um beco sem-saída”.

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O ministro da Defesa do Paquistão, Khurram Dastgir-Khan, tuitou no perfil oficial do ministério que o Paquistão “deu aos Estados Unidos livre acesso a seu espaço aéreo e terrestre, às suas bases militares e a uma cooperação em matéria de Inteligência, que dizimou a Al-Qaeda durante 16 anos, mas não nos deram nada em troca, além de insultos e desconfiança”.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, anunciou nesta terça-feira que os Estados Unidos irão reter a ajuda de 255 milhões de dólares (cerca de 840 milhão de reais) ao Paquistão porque o país não tem cooperado plenamente na luta contra o terrorismo.

“Há razões claras para isso. O Paquistão tem feito um jogo duplo por anos”, disse ela a jornalistas ONU. “Eles trabalham conosco às vezes e eles também têm abrigado os terroristas que atacam nossas tropas no Afeganistão. Esse jogo não é aceitável para esta administração. Esperamos muito mais cooperação do Paquistão na luta contra o terrorismo “.

(Com AFP e Reuters)

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