Trump sugeriu atirar em manifestantes, diz ex-secretário de Defesa
Ocasião citada por Mark Esper em novo livro aconteceu durante protestos pelo assassinato de George Floyd por um policial, em maio de 2020
O ex-secretário de defesa dos Estados Unidos Mark Esper afirmou em seu novo livro que o ex-presidente americano Donald Trump sugeriu que atirassem em manifestantes antirracismo. Na ocasião, havia protestos nos entornos da Casa Branca pelo assassinato de George Floyd por um policial, em maio de 2020.
“Você não pode simplesmente atirar neles? Apenas atirar nas pernas deles ou algo assim?”, perguntou Trump, de acordo com trecho do livro de Esper, “A Sacred Oath” (Um Juramento Sagrado, em tradução livre), segundo o portal Axios.
A morte de Floyd gerou diversos protestos em massa em todo o território dos Estados Unidos. Alguns acabaram em conflitos com a polícia e mais de dez mil pessoas foram presas, segundo a Associated Press.
O livro de revelações de Esper, que será lançado ao público americano em 10 de maio, já sai da prensa envolvo em polêmicas, à medida que algumas declarações já foram alvo de um processo do Pentágono pelo uso de informações confidenciais. Segundo o Axios, a obra foi revisada por “quase três dúzias de generais de 4 estrelas, civis seniores e alguns membros do Gabinete”
No ano passado, em outro livro, intitulado “Francamente, nós vencemos esta eleição: a história interna de como Trump perdeu”, do jornalista Michael Bender, declarações deste tipo já haviam sido expostas. “Basta atirar neles”, disse Trump, de acordo com o livro de Bender.
O ex-presidente não está em um bom momento com a Justiça dos Estados Unidos. Na semana passada, um juiz de Nova York declarou que Trump cometeu desacato por não apresentar documentos exigidos no inquérito sobre as práticas comerciais de suas empresas. Ele foi multado em 10 mil dólares por dia até que cumprisse a determinação.
A Trump Organization está sob investigação desde 2019, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, alegou ter encontrado “evidências significativas” de fraude, como uso de avaliações de ativos “fraudulentas ou enganosas” para benefícios econômicos, incluindo deduções fiscais e empréstimos.