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Trump retira os EUA de tratado militar com a Rússia

Tratado previa voos de inteligência entre os países membros para determinar a força militar de cada nação signatária

Por Da Redação
21 Maio 2020, 17h41

O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 21, a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos, assinado com a Rússia e outros trinta países, depois de acusar Moscou de violar os termos do acordo. Jonathan Hoffman, porta-voz do Pentágono, disse que a Rússia “viola descaradamente suas obrigações” relacionadas ao pacto.

“A Rússia não aderiu ao tratado”, disse Trump. “[Moscou] executa o tratado de uma maneira que contribui para ameaças militares contra os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros”, afirmou Hoffman.

O acordo, firmado para melhorar a transparência e a confiança entre as partes, permite aos signatários realizar um número determinado de voos de reconhecimento por ano e com apenas um breve aviso. A ideia é que, quanto mais exércitos rivais se tornem conhecidos, menor a chance de conflito entre eles. Mas as partes também usam os voos para examinar as vulnerabilidades de seus oponentes.

Hoffman citou a recusa da Rússia em permitir voos sobre áreas nas quais Moscou estaria desenvolvendo armas nucleares de médio alcance, incluindo a cidade de Kaliningrado, no Mar Báltico, e perto da fronteira Rússia-Geórgia. No ano passado, Moscou também bloqueou voos para inspecionar exercícios militares russos, normalmente permitidos sob o pacto.

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Segundo o jornal The New York Times, Trump planeja informar Moscou na sexta-feira de sua saída do pacto, assinado há 18 anos entre as duas potências e outros 32 países, principalmente membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Este é o terceiro acordo de controle de armas do qual Trump decide retirar seu país desde o início de seu governo.

Embaixadores dos países-membros da Otan foram convocados para uma reunião de urgência nesta sexta-feira após o anúncio de Trump. “A saída dos Estados Unidos do tratado deverá ser efetivada em seis meses, acrescentou uma fonte presente na reunião.

A saída deste pacto pode ser um precedente para Washington também se retirar do Novo Tratado START, que limita o número de mísseis nucleares que os Estados Unidos e a Rússia podem implantar. Desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2017, Trump retirou-se de outros dois pactos importantes de controle de armas: o Plano de Ação Conjunto Global de 2015, que visa impedir o Irã de avançar em seu programa de armas nucleares em troca do levantamento de sanções econômicas; e o Tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário de 1988, firmado com a Rússia.

Para Moscou, a decisão americana foi um “golpe” para a segurança europeia. “A retirada dos Estados Unidos desse tratado significa um golpe não apenas para a segurança europeia, mas também para os instrumentos militares de proteção e segurança dos próprios aliados dos Estados Unidos”, disse o vice-ministro da Relações Exteriores da Rússia, Alexandre Grouchko, para quem o tratado não é bilateral, mas multilateral, que afetará os interesses de todos os participantes.

“Nada impediu uma discussão mais aprofundada sobre questões técnicas que os Estados Unidos estão apresentando hoje, como, por exemplo, violações da Rússia”, acrescentou, acusando Washington de ter eliminado um “instrumento que serviu aos interesses da manutenção da paz e da segurança na Europa nos últimos 20 anos”.

(Com AFP)

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