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Trump promete deportação de “milhões” de imigrantes na próxima semana

Na véspera de lançar campanha eleitoral, republicano promete que estrangeiros sairão dos EUA "tão rápido quanto entraram"

Por Da Redação
Atualizado em 18 jun 2019, 18h00 - Publicado em 18 jun 2019, 13h38

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu na noite de segunda-feira 17 que a Agência de Imigração e Alfândega (ICE) americana começará a deportar “milhões de estrangeiros ilegais” já na próxima semana. As declarações agressivas do líder americano foram feitas na véspera do lançamento oficial de sua campanha de reeleição, nesta terça-feira, 19, em Orlando.

“Na próxima semana, a ICE começará o processo de remoção dos milhões de imigrantes ilegais que entraram ilicitamente nos Estados Unidos. Eles serão removidos tão rápido quanto entraram”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter, sem entrar em detalhes sobre a operação.

O republicano ainda elogiou as “leis rígidas de imigração” do México, ameaçado por ele com a adoção de tarifas de importação, por “parar as pessoas antes mesmo que elas alcancem a fronteira sul.”

“A Guatemala está se preparando para assinar um Acordo de Terceiro País. Os únicos que não fazem nada (sobre a questão migratória) são os democratas no Congresso”, continuou o americano. 

“Eles (os democratas) devem votar para eliminar as brechas e resolver o asilo. Caso façam isso, a crise de fronteira acabará rapidamente”, concluiu Trump, criticando a oposição por não apoiar seus projetos para os migrantes, como a redução de ajuda humanitária e a construção de um muro nos limites com o México. 

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O Acordo de Terceiro País a que o republicano se refere — ou Safe-Third Agreement, em inglês tem sido um ponto de conflito nas negociações entre o México e o governo Trump. Segundo o documento, potenciais refugiados seriam obrigados a pedir asilo no primeiro país estrangeiro em que chegassem e não onde realmente pretendiam permanecer.

Se o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, concordasse com a proposta, os migrantes centro-americanos não poderiam mais atravessar a fronteira entre os Estados Unidos e o México para se entregarem às autoridades americanas. Teriam de permanecer em território mexicano durante todo o processo de avaliação do pedido de refúgio.

O México se recusou a assinar o acordo, apesar das ameaças americanas de impor tarifas em suas exportações. Mas, no último dia 7, López Obrador evitou o “tarifaço” ao aceitar cooperar com as políticas migratórias dos Estados Unidos, incluindo a deportação de migrantes com processos de asilo na Justiça americana e o reforço na segurança fronteiriça.

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Os Estados Unidos têm apenas um Acordo de Terceiro País, com o Canadá, assinado em 2004. Apesar dos esforços, cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais continuam em território americano, a maioria do México e da América Central.

Na última semana, o vice-presidente, Mike Pence, já havia sugerido que a Guatemala recebesse refugiados de seus vizinhos como um “terceiro país seguro”. As autoridades guatemaltecas não confirmaram as informações, mas o Departamento de Estado americano afirmou que novas reuniões sobre a ideia acontecerão na sexta-feira, 21.

A organização não governamental Human Rights First se mostrou contra a afirmação “simplesmente ridícula” de que a Guatemala seria capaz de proteger os refugiados enquanto seus próprios cidadãos estão fugindo da violência local.

O governo mexicano concordou em discutir um possível Acordo de Terceiro País com os Estados Unidos caso as atuais medidas para parar o fluxo de migrantes se mostrem ineficazes.

(Com Reuters)

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