Trump explica sua pele ‘laranja’: a culpa é das lâmpadas econômicas
Presidente americano justifica o abandono da regra de incentivo à fabricação de modelos com consumo eficiente de energia da era Obama
O presidente americano, Donald Trump, deu uma inusitada justificativa para a decisão de seu governo de enfraquecer leis ambientais nos últimos meses. Na tarde de quinta-feira 12, em um encontro com republicanos em Baltimore, ele disse que “a luz (das lâmpadas mais eficientes) não é boa. Eu sempre fico laranja”.
“O que há com as lâmpadas?”, Trump perguntou à platéia. “As lâmpadas que estamos sendo forçados a usar, em primeiro momento, para mim, eu sempre fico laranja”, declarou, em meio das risadas do público.
A declaração de Trump veio após o Departamento de Energia ter anunciado, no dia 4 de setembro, que os Estados Unidos abandonariam as regras impostas durante o governo Obama. Essa regulação seria adotada a partir de janeiro de 2020 e motivaria a fabricação de lâmpadas eficientes no consumo de energia elétrica para uso doméstico e industrial, que resultam em menos emissão de gases de efeito estufa.
As marcas brancas ao redor dos olhos do presidente americano, porém, indicam que a iluminação da Casa Branca tem pouco a ver com a coloração alaranjada de sua pele. Os aparelhos de bronzeamento artificial costumam deixar essa diferença marcante. A maquiagem mal feita, também.
Fragilização de leis ambientais
O governo Trump alegou que a nova regra dispararia os preços das lâmpadas para níveis insustentáveis. A atual Casa Branca, por princípio, não demonstra respeito pelas pesquisas que apontam as emissões de gases do efeito estufa como causa do aquecimento global. Também tem motivado a exploração de fontes de energia fósseis, em um revés em relação à política energética de Obama.
Além de negar a mudança climática, tema de consenso nos círculos científicos mais respeitados do mundo, Trump justifica ser necessário o esforço de seu governo em enfraquecer as medidas ambientais que afetam diretamente os custos da indústria do país.
Outras ações que Trump tomou incluem a flexibilização dos limites de emissão de gás metano na atmosfera, anunciada no final de agosto, e o abandono de uma regulamentação, que também foi adotada nos governos Obama, que restringia os produtos químicos que poderiam ser utilizados perto de córregos, rios e outros tipos de corpos de água.