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Trump emprega imigrantes ilegais em seu clube de golfe, diz NYT

Presidente já se vangloriou de não ter nenhum trabalhador ilegal; prisões de imigrantes na fronteira com México bateram recorde em novembro

Por Da Redação
Atualizado em 7 dez 2018, 16h55 - Publicado em 7 dez 2018, 09h09

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emprega imigrantes ilegais como domésticas em um clube de golfe de sua propriedade no estado de Nova Jersey.

As revelações foram feitas por uma extensa matéria publicada nesta quinta-feira, 6, pelo jornal The New York Times. A reportagem ouviu duas mulheres que foram funcionárias de Trump no exclusivo clube de golfe em Bedminster, onde o presidente americano passa vários dias do ano.

Victorina Morales, uma das entrevistadas, veio da Guatemala para os Estados Unidos em 1999 e permanece no país de forma ilegal para seguir trabalhando, segundo o Times.

Após passar um período na Califórnia, ela se mudou para New Jersey e, em 2013, conseguiu um emprego como doméstica no clube de golfe de Trump, uma função que ela segue desempenhando até hoje.

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Entre outras tarefas, Morales limpa a casa do presidente no clube, passa roupas e troca lençóis e toalhas utilizados pela família Trump durante as visitas ao local.

As roupas do presidente são lavadas com um sabão especial e em uma lavadora separada, segundo a imigrante guatemalteca, que sabe que as declarações ao Times podem custar seu emprego.

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Outra entrevistada foi Sandra Díaz, que não trabalha mais no local. Ela é natural da Costa Rica e trabalhou no clube entre 2010 e 2013.

Hoje Díaz reside nos Estados Unidos legalmente, mas não possuía documentos no período que atuou como funcionária do atual presidente. No entanto, ela lembra que recebeu uma nota de 100 dólares de Trump certa vez, como uma gorjeta pelo bom trabalho desempenhado.

Morales também recebeu uma gorjeta do presidente. Certa vez, quando ela tentava limpar alguns vidros e não conseguia, Trump desceu do carro em que estava, pegou o pano que estava na mão da funcionária e passou no local que ela não alcançava.

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Depois, o agora presidente americano perguntou de onde ela era. Ao ouvir a resposta, Trump afirmou que os “guatemaltecos são pessoas muito trabalhadoras” e deu uma nota de 50 dólares como gorjeta.

Entrada para o Trump National Golf Club, luxuoso clube de golfe de propriedade do presidente dos Estados Unidos em Bedminster, Nova Jersey (Brendan Smialowski/AFP)

Segundo o Times, as duas mulheres utilizaram documentos falsos para conseguir os postos de trabalho, possivelmente porque o clube de golfe de Trump não utilizou um sistema para verificar a autenticidade dos papéis.

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De acordo com Díaz, outros funcionários que passaram pelo local também entraram nos Estados Unidos como imigrantes ilegais.

A Casa Branca não quis se pronunciar sobre o caso. O grupo empresarial de Trump disse ao Times que funcionários que utilizaram documentação falsa serão demitidos imediatamente.

Durante a campanha presidencial de 2016, Trump se vangloriou de não ter nenhum imigrante ilegal como funcionário. No ano seguinte, já na Presidência, dificultou a emissão de vistos para trabalhadores estrangeiros, com o objetivo de forçar a contratação de americanos.

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No entanto, as domésticas questionam o fato de o presidente não saber que elas estavam em situação irregular no país. “Me pergunto se é possível que este senhor pense que temos visto. Sabe que não falamos inglês. Como isso não poderia passar pela cabeça dele?”, questionou Morales.

Prisões de ilegais na fronteira

As detenções de imigrantes ilegais na fronteira entre Estados Unidos e México aumentaram em novembro deste ano para 51.856 pessoas, um novo recorde desde que Donald Trump assumiu a Presidência americana, em janeiro de 2017.

Em outubro, quando o número de detenções já havia batido o recorde, 51.001 imigrantes irregulares foram presos na fronteira sul do país.

Entre os detidos durante o mês de novembro havia pelo menos 25.172 membros de famílias e 5.283 menores não acompanhados. Estas pessoas foram capturadas pelas autoridades americanas quando cruzaram a fronteira vindas do México por portas de entrada não oficiais.

A porta-voz do Departamento de Segurança Nacional (DHS, em inglês), Katie Waldman, disse em comunicado que “os números da fronteira de novembro de 2018 são o resultado previsível de um sistema de imigração quebrado – incluindo ordens judiciais defeituosas – que usurpa a vontade do povo americano que pediu repetidamente por fronteiras seguras”.

“Para abordar a crise óbvia na nossa fronteira, o presidente acionou recentemente o exército e assinou uma nova medida que, junto a uma regulação conjunta com o Departamento de Justiça, faz com que os que cruzam a fronteira ilegalmente não sejam aptos para receber asilo”, indicou Waldman.

(Com EFE)

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