Trump ameaça fechar totalmente a fronteira dos EUA com o México
Presidente americano diz não estar de brincadeira e que o país vizinho tem de impedir a chegada das caravas de emigrantes à divisa
O presidente americano, Donald Trump, ameaçou nesta sexta-feira, 29, fechar a fronteira dos Estados Unidos se o México não impedir que as caravanas de emigrantes centro-americanos com destino a seu país. Trump advertiu que a medida poderá valer “para todo o comércio” e que será mantida por tempo indeterminado.
“Vamos mantê-la fechada por um longo tempo. Eu não estou de brincadeira. O México tem que parar a caravana”, declarou.
O ministro das Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, rebateu pelo Twitter que “o México não age à base de ameaças”. “Somos um grande vizinho. Pergunte ao milhão e meio de americanos que escolheram nosso país como sua casa, a maior comunidade de (americanos) fora dos Estados Unidos. Para eles, também somos o melhor vizinho que poderiam ter”, insistiu Ebrard.
A ameaça de Trump surge em um momento de resistência na Câmara dos Deputados, de maioria democrata, a seu projeto de construção do muro na fronteira com o México. Também coincide com as dificuldades cada vez maiores do presidente em ver aprovado seu pacto acordo comercial com o México e o Canadá – uma atualização do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), de 1994.
Para cumprir com sua promessa de campanha de levantar o muro, Trump decretou emergência nacional e, com isso, deslocou recursos orçamentários do Departamento de Defesa para a obra. Drible similar aos congressistas será mais difícil no caso da aprovação do pacto comercial, que a Casa Branca pretende conseguir antes de agosto.
Segundo o Washington Post, o mais novo obstáculo surgiu no Senado, onde Trump conta com maioria republicana. Senadores liderados pelo presidente do Comitê de Finanças, Charles Grassley reivindicam a eliminação das tarifas impostas pelo governo americano às importações de aço do México e do Canadá para melhor avaliar o acordo. “As tarifas vão cair porque o presidente tem um bom acordo”, afirmou Grassley. “É só uma questão de ele perceber que nada vai acontecer até que as tarifas sejam eliminadas”.
(Com EFE e Reuters)