Trípoli reforça segurança em dia de luto nacional
Primeiro-ministro do Líbano pede cinco minutos de silêncio em solidariedade aos 45 mortos em dois atentados contra mesquitas, na sexta
O Líbano enterra, neste sábado, as vítimas de um duplo atentado com carro bomba contra duas mesquitas sunitas de Trípoli, no Norte do país. O ataque, na sexta-feira, foi considerado o mais sangrento desde o final da guerra civil no Líbano (1975-1990). O primeiro ataque atingiu a mesquita de al-Taqwa, onde muçulmanos terminavam as orações. Cinco minutos depois, houve nova explosão no distrito de Mina. No total, ao menos 45 pessoas morreram e 280 estão hospitalizadas.
O primeiro-ministro, Najib Mikati, decretou luto nacional e pediu aos libaneses para permanecerem em silêncio durante 5 minutos, onde estiverem, às 11h (6h de Brasília), em solidariedade às famílias das vítimas e em oposição ao terrorismo.
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Diante do temor de novos ataques, o exército libanês multiplicou suas patrulhas em Trípoli, enquanto homens civis e militares se encontram a postos na frente das mesquitas, próximos às sedes dos partidos políticos e das casas de deputados e autoridades religiosas. As forças de segurança detêm e inspecionam veículos suspeitos.
A movimentada capital do norte está com as ruas desertas, pouca circulação de moradores e com o comércio fechado. As lojas estão protegidas por barras metálicas.
Algumas pessoas se aproximam dos locais das explosões, onde o Exército retira os restos de carros queimados. “Procuro o marido da minha irmã. Este é o seu carro”, afirmou nervoso Mohamed Khaled, de 38 anos, apontando um veículo danificado. Muitos corpos carbonizados ou em mal estado ainda não puderam ser identificados, segundo os serviços de segurança.
A dupla explosão aconteceu uma semana após outro atentado causar 27 mortes em um reduto do movimento xiita Hezbollah, no sul de Beirute. A onda de atentados pode exacerbar as tensões religiosas no Líbano, que também está dividido entre os partidários e detratores do regime de al-Assad. Trípoli é regularmente palco de enfrentamentos entre sunitas, que apoiam em sua maioria os rebeldes sírios, e os alauítas (um braço do xiismo), favorável a al-Assad.
A Coalizão nacional síria acusou o regime sírio de estar por trás dos atentados no Líbano e do perpetrado no sul de Beirute. E considerou os ataques como “um projeto de dissidência” para “provocar um conflito odioso que levaria a região à destruição e ao caos”, disse em um comunicado.
O Hezbollah, que combate ao lado das tropas do regime sírio, é acusado por seus rivais no Líbano de afundar o país em uma onda de violência.
(Com AFP)
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