Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Tribunal reconhece culpa da Holanda em mortes na Bósnia

Soldados holandeses das tropas da ONU deportaram pessoas que deveriam ter sido protegidas e que acabaram vitimadas no massacre de Srebrenica, em 1995

Por Da Redação
16 jul 2014, 10h51

Um tribunal nacional de Haia considerou nesta quarta-feira o Estado holandês responsável pela deportação e morte de 300 homens muçulmanos que, em julho de 1995, estavam em uma região de Srebrenica, na Bósnia, protegida por “boinas azuis” – soldados que atuam em tropas das Nações Unidas (ONU) – holandeses. Os juízes emitiram nesta quarta-feira a sentença ao processo aberto em abril pela Fundação Mães de Srebrenica contra o Estado holandês por sua responsabilidade no massacre de mais de 8.300 muçulmanos na Bósnia em 1995.

“O Estado é responsável pela perda sofrida pelos familiares dos homens que foram deportados pelos sérvios da Bósnia a partir do recinto do Ducthbat [pelotão holandês] na base de Potocari em 13 de julho de 1995”, afirmou em Haia a juíza Larissa Elwin. “Em 13 de julho, o Dutchbat não deveria ter permitido a saída dos homens do local”, completou a juíza. De acordo com Larissa Elwin, os soldados holandeses “deveriam ter levado em consideração a possibilidade de que os homens seriam vítimas de genocídio”. “É possível afirmar com bastante certeza que se o Dutchbat tivesse permitido a estes homens permanecer, estariam vivos”, completou.

Leia também

Tribunal Penal se nega a absolver Ratko Mladic de genocídio

Continua após a publicidade

Tribunal de Haia condena ex-presidente bósnio-croata

Ex-ministro é condenado por crimes durante a Guerra da Bósnia

Histórico – A região de Srebrenica estava protegida em 1995 por ‘boinas azuis’ holandeses, que estavam deslocados atuando sob o guarda-chuva das Nações Unidas e no contexto da guerra da Bósnia (1992 – 1995). Apesar de atuarem como forças de paz da ONU, o comando da operação era de oficiais holandeses.

Continua após a publicidade

As tropas do general sérvio-bósnio Ratko Mladic entraram em julho de 1995 na região protegida pela ONU. Após separar as pessoas por gênero, os ‘boinas azuis’ liberaram os homens, incluindo crianças e idosos, a uma viagem sem volta que se somou ao maior massacre europeu desde a II Guerra Mundial. As Mães de Srebrenica já haviam aberto em 2007 outro processo judicial, nessa ocasião contra a ONU, que terminou a favor da organização internacional.

Em 2013, numa decisão judicial inédita, o Estado holandês foi declarado responsável por uma corte local pela morte de três muçulmanos que faleceram depois que foram expulsos de uma base militar por soldados holandeses. A Holanda se tornou assim o primeiro Estado responsável por atos de seus soldados sob o mandato das Nações Unidas. Meses depois o governo prometeu que indenizaria os parentes com 20.000 euros (60.000 reais) cada.

(Com agência EFE)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.