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Tribunal egípcio decreta prisão preventiva de Mursi

Cumplicidade com Hamas e assassinato de soldados estão entre acusações

Por Da Redação
26 jul 2013, 11h14

Um tribunal do Cairo decretou, nesta sexta-feira, a prisão preventiva, por 15 dias, do presidente deposto Mohamed Mursi por uma série de acusações, incluindo o assassinato de soldados e a suposta cumplicidade em ataques do grupo terrorista palestino Hamas, que o ajudou a fugir da prisão no início de 2011, informou a agência oficial Mena. Para a Irmandade Muçulmana, as acusações são “vingança do antigo regime” de Hosni Mubarak.

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Entenda o caso

  1. • Na onda das revoltas árabes, egípcios iniciaram, em janeiro de 2011, uma série de protestos exigindo a saída do ditador Hosni Mubarak, há trinta anos no poder. Ele renunciou no dia 11 de fevereiro.
  2. • Durante as manifestações, mais de 800 rebeldes morreram em confronto com as forças de segurança de Mubarak, que foi condenado à prisão perpétua acusado de ordenar os assassinatos.
  3. • Uma Junta Militar assumiu o poder logo após a queda do ditador e até a posse de Mohamed Mursi, eleito em junho de 2012.
  4. • Membro da organização radical islâmica Irmandade Muçulmana, Mursi ampliou os próprios poderes e acelerou a aprovação de uma Constituição de viés autoritário.
  5. • Opositores foram às ruas protestar contra o governo e pedir a renúncia de Mursi, que não conseguiu trazer estabilidade ao país nem resolver a grave crise econômica.
  6. • O Exército derrubou o presidente no dia 3 de julho, e anunciou a formação de um governo de transição.

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Mursi, mantido incomunicável em um local secreto pelo Exército desde sua destituição, em 3 de julho, permanecerá detido por no máximo 15 dias. Antes da decisão judicial desta sexta-feira, não havia uma acusação formal contra ele. A agência estatal afirma que o juiz Hassan Samir, que investiga o caso, confrontou Mursi com evidências durante seu interrogatório. Não foi informado nem onde nem quando ele foi interrogado.

As acusações se baseiam no envolvimento de Mursi em ataques contra a polícia sob o regime de seu antecessor, Hosni Mubarak, imputados ao Hamas, e em sua fuga da prisão de Wadi Natrun no mesmo período. Pelo envolvimento nos ataques, ele pode ser acusado de assassinato de soldados e conspiração e, pela fuga, de incêndio criminoso e destruição de registros penitenciários.

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No dia 23 de junho, um tribunal egípcio considerou que o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, e o movimento xiita libanês Hezbollah estiveram envolvidos na fuga de prisioneiros, entre eles Mursi, durante a revolta contra Hosni Mubarak, no início de 2011.

Um porta-voz da Irmandade Muçulmana, para quem o Exército realizou um golpe contra o chefe de estado democraticamente eleito, descreveu as acusações como “ridículas”. Gehad El-Haddad disse que a deposição soa como vingança e marca o retorno do antigo regime. O Hamas, por sua vez, desafiou o Exército a apresentar evidências sobre o envolvimento do grupo nos conflitos do Egito.

Protestos – Enquanto isso, partidários e adversários de Mursi se enfrentaram a pedradas na manhã desta sexta-feira durante manifestações no bairro popular de Chubra, no Cairo. Milhares de egípcios devem participar hoje de novas manifestações rivais convocadas pelo Exército e pela Irmandade Muçulmana, decididos a medir suas forças no âmbito dos confrontos iniciados após a destituição de Mursi. As autoridades reforçaram a segurança no país, onde os conflitos políticos deixaram mais de 200 mortos em um mês.

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ONU – Na quinta-feira, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, exigiu dos militares egípcios a libertação do presidente deposto Mohamed Mursi e de outros líderes da Irmandade Muçulmana, informou seu porta-voz. “Ban exige que Mursi e seus seguidores sejam libertados e que haja uma revisão de seus casos com transparência e sem demora”, disse o porta-voz da ONU Eduardo del Buey.

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